Ontem (11), o site ‘Poder 360’ informou que o cartola alvinegro Adilson Monteiro Alves, que se tornou conhecido do público no período da famosa ‘Democracia Corinthiana’ (anos 80), foi convidado pelo PT para a disputa de um cargo no Congresso Nacional.
Lula teria avalizado, aceitando sugestão de José Dirceu.
A matéria termina contando que Adilson estaria ‘estudando’ a proposta.
Apuramos novos detalhes.
O pecado original, o da indicação, seguido de evidente pressão, não é de José Dirceu, mas de gente ainda mais desqualificada: o ex-presidente do Corinthians Andres Sanches.
Outra coisa: é impossível, diante da penúria financeira, com contas e bens bloqueados, além dos problemas criminais – há, em curso, ação de improbidade dos tempos em que era Deputado Estadual -, que Adilson Monteiro Alves recusasse a indicação.
Aceitaria, de pronto, sem pestanejar.
Detalhes, com documentos, da acusação de improbidade podem ser conferidos no link a seguir:
Além do processo em curso, Adilson foi condenado a sete meses de prisão, em 2019, por sonegação de impostos.
Só não está detido porque a pena foi comutada em pagamento de cestas básicas:
Outra coisa: como explicar ao militante do Partido dos TRABALHADORES que o deputado a ser escolhido é o mesmo que abandonou dezenas de funcionários à própria sorte, sem indenizações básicas – condenadas pela Justiça do Trabalho -, apesar de circular, por aí, em carros e imóveis que, em tese, não poderia possuir – por conta dos bloqueios judiciais -, mas que são inscritos em nomes de terceiros?
Não se sabe até que ponto a pressão de Andres pode prosperar, mas é fundamental que a verdade seja relembrada antes que o provável governo Lula, cercado de nomes terríveis para o esporte, seja previamente contaminado.
Duas ‘personalidades’ ligadas ao cartola são trabalhados, por ele, para a Secretaria ou Ministério do Esporte: Adilson Monteiro Alves – independentemente do sucesso eleitoral – e Vicente Cândido, que quase colocou o PT na roubada MSI/Corinthians, tempos atrás.
Candido, nos bastidores; Alves, empossado em cargo oficial.
O ex-presidente do Corinthians objetiva, com esses apoios, a presidência da CBF.
Sanches, antes de saber que Lula – a quem tratava, nos bastidores de PSJ, como ‘morto’ político – seria libertado, trabalhou pela vitória de Bolsonaro nas eleições presidenciais, com direito a vídeo gravado por seu então chefe de gabinete, André Negão, pedindo votos ao Genocida.
Publicamente, durante o segundo turno do pleito, deixou vazar depoimento que concedeu à Policia Federal detonando Fernando Haddad.
Não bastasse a traição pessoal aos dois nomes, hoje, mais relevantes do PT, Sanches, no último ano de mandato, sublocou seu gabinete em São Paulo para a campanha do ex-deputado Luiz Moura (PDT) – que o MP diz ser ligado a relevante facção criminosa, com direito a utilização de funcionários que recebiam salários do contribuinte.
Voltando a Adilson, apesar do que se sabe sobre ele, seria politicamente compreensível, se, num contexto de frente ampla contra o bolsonarismo, houvesse mínimo ganho eleitoral com sua indicação (a deputado, não ao Ministério ou Secretaria).
Não há.
Pelo contrário: Adilson não tem força política e é mal visto devido a comportamentos incompatíveis com lealdade.
Há algum tempo, a família Monteiro Alves tem utilizado o Corinthians como meio de subsistência apesar de, oficialmente, tratar-se de trabalho ‘voluntário’.
A prática acentuou-se desde o recente pleito alvinegro, com o patriarca empossado diretor, um dos filhos Secretário Geral e o outro Presidente.
Chega a dar calafrios imaginá-los no Congresso ou, ainda mais perigoso, na pasta máxima do esporte.
Uma das grandes decepções dos governos do PT, de Lula e Dilma, foi o trato com o Desporto, principalmente as alianças com o sistema.
Tomara a lição tenha sido aprendida.
Prestes a ser novamente presidente, Lula terá a oportunidade de ampliar o escopo de seus acertos e, principalmente, corrigir os erros, entre os quais os das escolhas de seus próprios colaboradores no trato com a cartolagem.