No último final de semana, por ordem da Rede Globo, com absoluta conivência da CBF, a diretoria do Palmeiras errou ao mandar cobrir as placas que indicavam o nome do patrocinador de sua Arena.
Há de se ter noção da grandeza do clube, que, por razões obvias, teria condições, inclusive legais, de se contrapor ao absurdo.
A Rede Globo, por entendimentos comerciais, tem suas razões (a contragosto do Palmeiras, de seu torcedor e de quem quer que seja) para não querer citar o nome do patrocinador da Arena, mas ultrapassa o limite do aceitável ao impedir a exposição pelo dono do estádio.
O Blog do Paulinho, por exemplo, também trata o estádio como Arena Palestra, sem citar o anunciante, mas por questões diferentes, que remetem a ética do jornalismo, ou seja, a recusa em fazer “merchan”.
O Palmeiras tem direito de colocar em seu estádio, se assim entender, 925 placas indicativas com o nome de seu patrocinador, que lhe banca as despesas e por isso merece ser divulgado.
Os direitos da Globo, deste blog ou de outro veículo de comunicação não podem ultrapassar os do Verdão.
Seria o mesmo que um religioso entrar numa casa de tolerância e pedir para que a luz vermelha seja trocada por velas consagradas.
Os jornalistas vão ao estádio do Palmeiras para trabalhar, e, por razões óbvias, devem obedecer as regras do local, não o contrário.
O Palmeiras não pode, nem deve, aceitar este ato de violência praticada, oficialmente pela CBF, mas, nos bastidores, pela Globo, contra a soberania da instituição, sob pena de ter que se submeter a outros pedidos, no futuro, que podem vir a ser ainda mais humilhantes.
EM TEMPO: a repercussão negativa do episódio fizeram CBF e Rede Globo voltarem atrás na proibição. Coube a CBF emitir o comunicado oficial com a surreal justificativa de que houve “excesso de zelo” por parte da empresa que cuida da Arena, e que “vale ressaltar que o problema foi detectado e devidamente corrigido pela diretoria de Marketing da CBF e não se repetirá nos jogos do Campeonato Brasileiro.”. Ou seja, eximiu-se de culpa, tirou o problema das costas do Palmeiras e também da Rede Globo.