O Pacaembu está à venda, por R$ 350 milhões (valor a ser gasto para transformá-lo em Arena), num disfarce de concessão por 30 anos.
É evidente que o comprador, após dispor de tamanho recurso, terá seu vínculo prolongado, transformando o que parece um “empréstimo” em posse definitiva.
Um palco do povo, que é a cara da equipe mais popular de São Paulo (que terá que pagar R$ 1 bilhão para ter um estádio na distante Itaquera), deixará de ser a casa do futebol para se transformar, tudo indica, numa sangrenta Arena de MMA ou seja lá qual for o nome da sigla que cerca essa barbaridade tratada como esporte.
Sim, porque shows, embora estejam no discurso da futura licitação, há tempos estão proibidos de serem realizados no local.
Um retrocesso de milênios, tratado agora como modernidade.
Ou seja, felizes aqueles privilegiados que puderam sorrir, sofrer, chorar, sentir e viver o estádio do Pacaembu.
O passado ficará na lembrança, enquanto o futuro sofrerá com a saudade.