Faz alguns dias, Ancelmo Goes, colunista de ‘O Globo’, publicou que a MP que permite a investigação da utilização de recursos públicos – e somente estes – em entidades esportivas poderia levar o COI a impedir a participação brasileira nos Jogos Olímpicos.

Não era verdade.

O erro foi corrigido, em nota, e também em manifestação pelas mídias sociais, da ministra do Esporte Ana Moser, informando que não se poderia confundir a citada fiscalização com ingerência administrativa, que era o objeto da notícia.

O que poderia ter levado Goes, experiente jornalista, ao equívoco?

Ontem, a dúvida se dissipou.

A Coluna de Goes, em nova postagem – desta vez assinada por Ana Claudia Guimarães, evidenciou a fonte da teoria: o advogado Alberto Murray Neto, ligado ao militarismo, ex-Presidente do Conselho de Ética do COB, que, por algum tempo, mais no desejo de presidir a entidade do que melhorar o esporte brasileiro, municiou grande parte da mídia contra os desmandos de Carlos Arthur Nuzman, a quem queria derrubar.

Alguns jornalistas – este blog incluído, que publicaram as provas fornecidas, ao perceberam, posteriormente, ambições antes ocultadas pela fonte, capaz de contemporizar o bolsonarismo, dele se afastaram.

Ancelmo, ao que parece, seguiu enganado.

Quem se aproveitou da confusão foi o deputado federal Felipe Carrera (PSB-PE).

Alinhado às teorias de Murray, o parlamentar apresentou emenda à MP objetivando impedir a fiscalização dos recursos públicos.

Os políticos querem colar em Ana Moser a indevida fama de incompetência, para derrubá-la e assumirem o gerenciamento dos milhões das apostas esportivas; o advogado quer vestir a capa de ‘salvador’ do COB, além de obter o apoio político dessa gente.

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