O Ministro Celso de Mello, como esperado, aceitou os embargos infringentes, que favorecem, consideravelmente, os bandidos condenados do “mensalão”.
Errou.
Porém, de maneira inteligente, utilizando-se de uma interpretação técnica, em discurso impecável, mas de entendimento, na opinião de muitos juristas, e de cinco dos ministros do STF, absolutamente equivocado.
Agiu contra os anseios populares, quando poderia, como demonstra o apertado placar de votação, argumentar de maneira diferente, sem infringir os direitos dos réus.
Sua atitude tem efeito ainda mais temerário porque deverá beneficiar, indiretamente, outros corruptos que forem julgados, a posteriori, no STF.
São grandes agora as chances, voltando ao tema em questão, de criminosos do Mensalão, como José Dirceu e Genoino, não mais serem encarcerados.
Pois serão julgados por juízes diferentes, num contexto bem mais favorável.
Permanecerão condenados – um vexame que não será esquecido- mas poderão, em suas confortáveis residências, utilizando-se do dinheiro que desviaram de nossos bolsos, apreciar a saborosa pizza da corrupção, entre uma ou outra gargalhada, ao se lembrar da população – da qual afanaram dinheiro- mais uma vez derrotada em seus anseios e desejos de justiça.