Da FOLHA
Por JUCA KFOURI
O Ministério do Esporte passou a ser objeto de desejo dos políticos que agora somam à capilaridade do órgão o dinheiro que passará a receber dos impostos sobre as casas de apostas.
Não bastasse, o submundo da cartolagem se insurge contra medida que visa garantir o bom uso dos recursos públicos destinados às entidades esportivas.
Acostumados a viver em terra de ninguém, os cartolas não aprenderam com as lições dadas por todos aqueles banidos do esporte e complicados com a Justiça. E sabotam os esforços fiscalizadores que visam fazer os recursos chegarem aos atletas.
Ao alegar intromissão governamental, inventam ameaças como se o Brasil fosse ser excluído de competições internacionais, argumento tão velho como o perigo comunista.
Recalcitrantes, repelem o rigor na fiscalização e o voto dos atletas, porque comitês, como o dos clubes sociais, vivem de cobrar taxas de seus associados para que estes possam, adiante, se beneficiar do dinheiro público que o CBC distribui —e que acabam empregados, no mais das vezes, em melhorias para os sócios, não para atletas.
A ministra Ana Moser é o alvo da vez.
Por ser mulher, por não ter filiação partidária e por ser obstinada em pensar e fazer do esporte meio de integração social.