O Atlético/MG atendeu aos desejos de seus torcedor e recontratou Cuca, se não o melhor – porque existiu Telê Santana, o mais relevante treinador da história do clube.
Esportivamente, compreensível.
Fora de campo, porém, o exemplo é terrível.
Cuca, além de condenado por estuprar, junto com outros três atletas, uma garota de apenas 13 anos – quando era jogador do Grêmio, com o agravante da impunidade porque fugiu da Suiça, costuma abandonar as equipes em que trabalha após conquista relevante.
Tudo indica, para não conviver com a possibilidade, posterior, do fracasso.
A desculpa, sempre a mesma, é a de problemas pessoais.
Na cabeça tumultuada de Cuca, retornar, como sempre faz, a ambientes em que obteve êxito – e isso, normalmente, ocorre com os clubes em baixa – é a oportunidade de sair do ‘buraco’ para a glória correndo poucos riscos.
No máximo, se tudo der errado, sua vida permanecerá como está.
São essas ‘espertezas’, desde as mais graves, como é o episódio da violência sexual – sem que tivesse, nunca, a hombridade de se retratar – passando pelas esportivas, citadas neste texto, juntadas à crendice explícita – quase sempre adotada por infratores silenciosos – que fazem a contratação de Cuca ser injusta, talvez não para o clube, mas, certamente, ao crivo de parte da sociedade civilizada.