Durante o episódio em que o torcedor do Boca Juniors imitou macaco em gesto racista contra corinthianos que se encontravam na Arena de Itaquera, o jovem Felipe Cruz foi dos poucos que teve coragem de comparecer ao JECRIM – instalado dentro do estádio – e formalizar a denúncia.
Porém, segundo suas próprias palavras, foi tratado ‘como lixo’ pelo Corinthians.
O clube, em esdrúxula nota oficial, disse que não manteve assessoria jurídica ao garoto porque ele era testemunha e não vítima.
Não se tratava disso.
Torcedor apaixonado pelo Timão, Felipe precisava de acolhimento.
Recebeu do clube o abandono.
Fosse menino branco, filho de qualquer desembargador que circula pela área VIP da Arena, ou até mesmo dos advogados que o abandonaram à ocasião, dificilmente voltaria para casa á pé porque já havia ultrapassado o horário do metrô.
Como sempre digo e repito e repito e repito: conselho e direção de clubes de futebol sempre recheados de desembargadores, procuradores, promotores, juízes, advogados e outros da mesma “raça” são os que mais descumprem as leis, né? Legítima classe média metida a besta. Em todas as polícias e ministérios públicos vigora essa medida de tratamento desqualificado com todas as pessoas que não sejam “iguais” a eles: o desestímulo a que façam qualquer denúncia. Não querem marola. O serviço é só pra constar, não é pra ser usado, entende?