O presidente do Corinthians, Andres Sanches, sentindo-se fortalecido pelo anuncio da venda dos ‘naming-rigths’ do estádio de Itaquera, abandonou as mesas de negociações e anunciou o nome de seu Diretor de Futebol, Duílio ‘do Bingo’ Monteiro Alves, como candidato de seu grupo, o ‘Renovação e Transparência’, à sucessão do poder alvinegro.
Deixou órfãos alguns ‘oposicionistas’ que sonhavam com seu apoio, embora não seja improvável que adesões subterrâneas possam acontecer, ainda que mantidas, de fachada, algumas candidaturas – no intuito de enfraquecer adversários.
Duílio é parceiro de negócios de Sanches, a quem, certamente, obedecerá se alçado à presidência do Timão.
A grande dúvida, que nunca foi esclarecida, também em relação ao padrinho político, é: de onde o candidato, que agora almeja o cargo máximo alvinegro, retira, oficialmente, o seu sustento?
O cargo de diretor de futebol não é remunerado, condição que se repetirá na presidência.
Os negócios de Duílio – oriundos do mundo da jogatina – estão impedidos de funcionar, e, pior, arrastaram-lhe para dívidas que, há décadas, não consegue honrar.
São dezenas de ações trabalhistas não solucionadas, além de milionária dívida tributária com o Governo Federal, que, em valores atuais, correspondem a R$ 14,8 milhões.
R$ 12,2 milhões arrastam-se desde 2014, enquanto R$ 2,5 milhões são recentes, de 2019.
Existe um hiato temporal entre as pendências, justamente quando o cartola, dizem, precisou sair do país para evitar intimações judiciais de execuções (criminais e trabalhistas).
Foi quando teve participação ativa, de Miami, na contratação de Alexandre Pato pelo Corinthians, viabilizando caminhos estranhos para o dinheiro envolvido no negócio.
Vale a pena relembrar os detalhes no link a seguir:
Detalhes (com documentos) da criminosa transferência de Alexandre Pato para o Corinthians
Interessante notar que as pendências fiscais surgem sempre em períodos, justamente, ligados à sua atuação como cartola do futebol alvinegro, sugerindo acréscimo de movimentação financeira quando, curiosamente, estaria realizando trabalho ‘voluntário’.
Mas não é só Duílio que enfrenta problemas com a Receita, seu pai, Adilson Monteiro Alves, ex-diretor da Democracia Corinthians e ex-deputado estadual, de quem foi sócio nas casas de jogatinas (entre outros negócios), também deve uma fortuna em impostos: R$ 9.104.297,18, distribuídos em impressionantes 68 procedimentos de cobrança, compreendidos entre os anos de 2002 e 2018.
Destes, R$ 561.886,30 são multas trabalhistas.
A dupla deve, também, R$ 3.349.737,95 em ISS, que já está em período de execução.
Um imóvel da família está penhorado para saldar outra pendência, oriunda de ação de cobrança movida pela empresa Max Color, que, atualizada, ultrapassa a casa dos R$ 350 mil.
Parece claro que Duílio, diante do exposto, precisa, talvez mais do que deseje, ser Presidente do Corinthians, ainda que com Sanches ditando-lhe as ordens, contribuindo para inalterar um quadro político que atende às necessidades pessoais dos gestores alvinegros, mas empurra o Timão, cada vez mais, ao abismo administrativo e financeiro.