Andres Sanches e Duílio “do Bingo” Monteiro Alves

Cercado por diversas especulações, o possível acerto para a venda dos ‘naming-rights’ do estádio de Itaquera, dizem, será anunciado na próxima terça-feira (01), data em que o Corinthians comemora mais um aniversário.

Se ocorrer, estará em desconformidade não apenas com o Estatuto alvinegro, mas da lógica dos grandes negócios.

A análise do contrato não pode ser posterior às assinaturas.

Existe a obrigatoriedade, em acordos de somas expressivas e com período de tempo relevante, de discussão prévia do CORI e também do Conselho Deliberativo.

Não apenas por conta da aprovação, mas para que possam ser avaliadas se as clausulas seriam, de alguma maneira, prejudiciais ao clube.

Sem contar a possibilidade de sugestões para melhorar o acordo.

Acelerar o anúncio, sem que as medidas necessárias, e obrigatórias, de prevenção aos interesses do Corinthians sejam tomadas, trata-se de ato de extrema irresponsabilidade que se justificaria, apenas, por pretensões eleitorais.

Faltando pouco mais de dois meses para as eleições, Sanches enfiaria um contrato, sem as devidas checagens, goela abaixo do clube, sabedor de que poderia ser questionado na Justiça e que, se isso ocorrer, os efeitos práticos da arbitrariedade somente seriam sentidos após a definição das urnas.

Se faz necessário, antes de qualquer canetada ditatorial, e oportunista, esclarecer origem dos recursos, garantias de pagamento, punições por descumprimentos, etc.

Um acordo desse porte não é limitado, apenas, a saber a soma a ser paga e o tempo de duração.

Vale lembrar que, anos atrás, o desespero doutro presidente, Alberto Dualib – com apoio de Andres Sanches, jogou o Corinthians numa aventura, a princípio, comemorada por todos, mas, depois, descoberta como originária de ‘lavagem de dinheiro’ da Máfia Russa.

O episódio levou o clube às páginas policiais, dirigentes a condenações, culminando no maior vexame da história alvinegra: o rebaixamento à 2ª divisão do Campeonato Brasileiro (coincidentemente, sob a direção do atual presidente do clube).

Se, de fato, existirem intenções sérias de ambas as partes, o tempo a ser seguido é o que proteja o Corinthians de problemas futuros, não o necessário para Andres Sanches eleger seu sucessor.

A própria empresa parceira, se corretamente administrada, seria obrigada, pelo próprio departamento de compliance, a ter em mãos as aprovações dos Conselhos do Timão, resguardando-se de complicações jurídicas futuras.

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