O ex-presidente da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos), Coaracy Nunes, foi condenado a 11 anos e oito meses de reclusão, além de três anos de detenção, por roubar dinheiro da entidade.
Os demais dirigentes, ligados ao crime, receberam penas menores.
Não há o que se reclamar da atuação da polícia, MP e Justiça nesse caso, mas sim questioná-los: por que a mesma eficiência inexiste em quadros mais evidentes de corrupção, ocorridos, diariamente, em federações, Confederações e, principalmente, clubes de futebol ?
Cartolas da CBF, que desviaram muito mais recursos da Casa Bandida do que Coaracy poderia fazê-lo na natação, seguem sorrindo em vida regada pelo produto de seus crimes.
Somente José Maria Marin foi condenado, mas só porque o processo foi conduzido nos EUA.
Nos clubes, a corrupção é conhecida e absolutamente desenfreada.
Teria Coaracy errado em não conceder a procuradores, juizes, desembargadores, policiais e demais ‘esportistas’ os cargos que, espertamente, os cartolas do futebol lhes proporcionam ?
Estaria preso se assim tivesse agido ?
Eis a questão.
O submundo do futebol é bem mais imundo do que as águas enlameadas da CBDA, mas, por ser melhor relacionado, segue sendo protegido por aqueles que deveriam investigá-lo.