De algumas semanas para cá, o presidente Jair Bolsonaro passou a brigar com o Governo de São Paulo por razão, à primeira vista, estranha: trocar a sede do GP Brasil para o Rio de Janeiro.
Não há o que justifique.
O apelo comercial da Fórmula 1 nas classes menos favorecidas, principalmente neste período de ineficiência dos pilotos nacionais, diminuiu acentuadamente, a ponto da Rede Globo, por vezes, sequer transmitir as corridas ao vivo.
Sobraria fixar as grande marcas no imaginário dos mais endinheirados, que, é público e notório, fecham os mais relevantes negócios na capital paulistana.
Faz menos sentido ainda a construção de um autódromo em Deodoro, local de pouco apelo turístico, em que os moradores, certamente, necessitam que a utilização de recursos públicos seja efetuada de maneira mais inteligente.
Trata-se de constatação da realidade, sem o preconceito deplorável, desrespeitoso e irônico expressado pelo Governador de São Paulo, Agripino Dória, ao falar da desfavorecida região.
Talvez os nomes envolvidos no empreendimento possam, de alguma maneira, ter motivado Bolsonaro e o gestor carioca Wilson Witzel – sua cópia menos carismática, a encampar essa estranha cruzada.
A Rio Motopark, que venceu a licitação para construir o autódromo fluminense, tem como diretor executivo o suspeitíssimo José Antonio Soares Pereira Junior, velho conhecido da ‘Operação Lava-Jato’, devedor de R$ 24,7 milhões à União, presidente que era da Crown Telecon.
Na FOLHA de hoje, além desta informação, descobrimos que o próprio empresário deve R$ 85,5 mil como pessoa física.
O presidente da lavagem de dinheiro fazendo o que sabe melhor.