Ontem (11), de maneira previsível, o ex-presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, e demais envolvidos, foram indiciados por uma dezena de homicídios, com dolo eventual (onde se assume o risco de matar), oriundos do descaso que resultou na morte dos garotos da base rubro-negra, meses atrás.
Questionado pela imprensa, o cartola, que ignorou diversos laudos, inclusive de interdição, do Ninho do Urubu – local da tragédia, respondeu:
“(…) não posso declarar nada a não ser que estou com a consciência absolutamente tranquila e que confio na justiça”
Neste discurso, o tradicional “confio na justiça” não gerou surpresas, porém, a indicação de “consciência absolutamente tranquila”, é discutível.
Tudo indica, seja, assim como a afirmação sobre a “justiça”, apenas frase comum utilizada, meio que sem pensar, por quem se sente acuado.
Porém, em sendo a expressão verdadeira do sentimento, tratar-se-ia de lamentável exposição de frieza diante da enorme gravidade das ações e omissões, que deveria atingir, permanentemente, mesmo em não existindo dolo, a tranquilidade de qualquer consciência.
Eu espero que esse seja o primeiro passo para efetivamente investigar esse Bandeira de Melo, principalmente a estranha “riqueza” do Urubu durante a sua gestão, que até hoje é suspeitíssima de onde realmente saiam esses recursos.