Ontem, em coletiva logo após convocar os jogadores que disputarão a Copa América, o treinador Tite sentiu-se nitidamente incomodado com perguntas questionadoras de seu comportamento nos seguidos episódios indisciplinares de Neymar.
Em passado recente, o técnico da Seleção puniu o atacante Douglas Costa, também por indisciplina, fato que não se repetiu nesta oportunidade.
Outros “incômodos” de Tite durante a carreira também estão ligados à omissão.
O mais famoso deles remete à aceitação do cargo na Seleção mesmo, meses antes, tendo assinado documento pedindo a renúncia de Marco Polo Del Nero, presidente da CBF, decisão que revela muito sobre ambos.
Antes disso, o silêncio anuente enquanto treinador do Corinthians a negócios nebulosos realizados por Andres Sanches, muitos deles em parceria com Edu Gaspar, a quem indicou como Coordenador de futebol da CBF.
Em sua primeira passagem pelo Corinthians, um ainda “puro” Tite chegou a expulsar o iraniano Kia Joorabchian dos vestiários alvinegros, ação que lhe ocasionou elogios, mas também demissão.
Hoje em dia, o agente é recebido, com “tapete vermelho”, na concentração da Seleção, assim como ocorre com o pai de Neymar, ligadíssimo, entre outras coisas, a algumas empresas que, coincidentemente, fecharam acordos para a realização de comerciais, a pagamentos milionários, protagonizados pelo treinador.
O que hoje incomoda Tite, ao que parece, é a percepção de que as pessoas passaram a enxergar nele mudanças que contrapõem-se ao escudo de bom moço que, de maneira indevida, até recentemente o escorava.
A continuidade de Tite depende da Copa América. Triste ver como a seleção brasileira tem um único dono.