Por conta de vazamento de áudio à imprensa, descobriu-se que Denise Abreu, ex-diretora da Ilume (Departamento de Iluminação Pública da Capital), pode ter direcionado licitação à favor do consórcio consórcio FM Rodrigues/Consladel, que levou o contrato de R$ 7 bilhões em março deste ano.
O concorrente era a Walks, liderado, majoritariamente, pela sempre complicada WTorre.
Hoje, à FOLHA, Walter Torre, dono da construtora derrotada, revela ter reunido-se com o Prefeito João Agripino Dória Junior e Denise Abreu, para tratar do assunto PPP, antes de iniciada a licitação, o que, por si, já seria inadmissível, beirando a deslealdade.
Torre diz que foi maltratado na reunião e que escutou de Abreu que ela tinha poderes para decidir a disputa.
No áudio vazado, a ex-gestora da Ilume diz ser inimiga do empreiteiro.
Denise Abreu confirma a reunião, mas diz que o assunto PPP não foi debatido, e que o consórcio Walks foi eliminado por conta da participação, entre seus membros, da “Quaatro”, empresa tratada, após acusações de corrupção, oficialmente como inidônea.
É sempre bom lembrar que a WTorre também está enrolada, assim como seu proprietário, na Operação “Lava Jato”, acusado, justamente, entre outras coisas, de ajudar a fraudar licitação.
A Prefeitura de Agripino Dória nega que a reunião tenha acontecido, um gesto arriscado pelo hábito de Torre, segundo informações, de gravar seus encontros, além de desmentido pela ex-diretora da Ilumine.
É grande, dentro desse contexto, a chance de todos estarem mentindo, falando algumas verdades e, talvez, delinquindo.
Certeza apenas é a de que a população de São Paulo, com cara de quem caiu em renovado “conto do vigário”, precisa ser devidamente esclarecida.