Ontem, como de costume, em Assembléia Geral, a CBF alterou seu estatuto de maneira a prejudicar os clubes, em favorecimento a seus desejos, de sua gente e das Federações, que tem entre seus presidentes mensaleiros da entidade.

O argumento de dar voz às equipes de Série B (que agora terão direito a voto nas eleições) tratou-se de ardilosa manobra, que, em verdade, deu “presente” com uma mão, mas chutou o traseiro dos “presentados” com uma bota absolutamente enlameada.

Elevou-se, ao mesmo tempo, o peso dos votos das Federações (inúteis e caríssimos cartórios à serviço dos interesses da CBF) para “três”, enquanto as agremiações, que achavam, seriam agraciadas, decaíram para ‘dois”.

Em resumo, numa eleição futura, as Federações contam com 81 votos (já computadas as multiplicações) contra apenas 60 dos clubes (somados séries A e B).

Ainda assim, apesar da imensa vantagem em ter na maioria dos votantes gente que consegue comprar com dinheiro investigado, a CBF manteve a indecente clausula que obsta qualquer possibilidade de renovar a entidade sem que os candidatos beijem as mãos dessa escumalha: é impossível disputar a presidência da Casa Bandida sem possuir a indicação, formal, de oito Federações.

Se da CBF não se esperava mais do que o que foi apresentado, é dos clubes, mais uma vez afrontados, que, talvez, possa surgir a esperança: será que não há um dirigente sequer capaz de peitar essa gente, criando Ligas que retirem os campeonatos das mãos destes assalariados de um presidente procurado pelo FBI, resguardando os direitos das próprias agremiações, que de protagonistas que deveriam ser são tratadas como se fossem meros peões em tabuleiros de xadrez ?

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