De maneira absolutamente equivocada, para não dizer, desleal, profissionais de imprensa, talvez para exibir boa chamada de capa, estão tratando o grande feito da magnífica jogadora Marta (98 gols pela Seleção Brasileira), como a superação do recorde alcançado, décadas atrás, pelo Rei Pelé (95 gols).
Nem o contexto, muito menos o padrão de competitividade, são os mesmos.
Não há dúvida de que Marta foi a “Pelé” do futebol feminino, e dificilmente será superada, razão pela qual, até por isso, não precisa de exageros para exaltar sua brilhante carreira.
O Rei jogou num período em que as principais Seleções do Planeta eram formadas por jogadores magníficos, proporcionando disputas imprevisíveis, quase sempre desempatadas pelo talento, à época, dos brasileiros.
O futebol feminino ainda engatinha (apesar de boa evolução na última década), com duas ou três equipes (seleções) de bom padrão, mas o restante, ainda, fraquíssimas, sejam no conjunto ou até mesmo em raros valores individuais.
Marta tem história própria e não precisa ser Pelé (embora existam razões, entre as mulheres, que levam à comparação) para ser magnífica, muito menos que descontextualizem seus feitos (notáveis) no intuíto de superdimensioná-los.