Por NAPOLEÃO DUMONT

Um amigo que tem a Revista UNO, espanhola, embora não a tenha encontrado no momento, contou-me o que segue:

Em 1967 o Presidente norteamericano Nixon designou o Senador Nelson Rockfeller para visitar os países da América Latina e estudar os posicionamentos das respectivas Igrejas Católicas quanto à oposição ao comunismo, e à ascensão de governos filo ou pró-comunismo.

A viagem resultou no volumoso “Relatório Rockfeller”, que, sob aquele aspecto concluiu que a Igreja Católica não era mais um aliado confiável dos Estados Unidos na luta contra o comunismo.

O Relatório foi amplamente divulgado (há até uma volumosa edição brasileira), mas continha alguns anexos secretos, não divulgados.

Na época, haviam ocorrido algumas intervenções armadas norteamericanas em certos países do Caribe, depondo governos comunistas ou para impedir a eleição de Governos comprometidos ou de tendência comunista, o que tivera desagradáveis repercussões internacionais.

Por isso no Anexo secreto ao Relatório Nelson Rockfeller propunha, para substituir o trabalho da Igreja Católica, na luta contra o Comunismo, a criação de seitas evangélicas, cujos adeptos passariam por imperceptível, mas eficiente lavagem cerebral e se transformariam em tropas fieis aos Estados Unidos, seriam financiadas pela CIA, pelo Departamento de Estado, e outras fontes, e, em caso de necessidade, receberiam armamentos por via aérea, dispensando o desembarque de tropas americanas no combate a governos comunistas locais, o que já havia causado inconvenientes repercussões regionais e internacionais.

A Revista espanhola UNO, de muitos anos atrás, trouxe elucidativa matéria sobre essa parte secreta do Relatório Rockfeller e a criação dessas seitas evangélicas (não se trata das Evangélicas protestantes tradicionais: luterana, presbiteriana, metodista, batista e outras).

Não disponho, no momento, da Revista UNO, mas não será difícil algum interessado no debate obtê-la na Espanha.

Há muitas provas evidentes da eficiência dessa lavagem cerebral: a adesão cega dos “fiéis” dessas seitas, na doutrina que propagam, a aceitação da contribuição pecuniária obrigatória, a “fé” absoluta e imune a qualquer dúvida nas “verdades” que recebem, a crença nos falsos e pseudos-milagres que presenciam absolutamente convictos, etc. Há críticos que afirmam que esses adeptos nem mais cultivam qualquer noção de patriotismo.

Um exemplo da eficiência dessa lavagem cerebral, e da indiscutibilidade dos “pastores”, “bispos”, “bispas”, “missionários”, etc, foi-me revelado por aquele mesmo amigo, que um dia parou na porta de antiga loja comercial transformada em local de culto da Igreja Universal.

Dizia o “pastor”: “as mulheres que enganam os maridos têm que se denunciar publicamente, e não adianta mentir porque Deus está vendo. As mulheres que enganam os maridos se levantem e venham ficar nesta parede!”, pois várias largaram a mão dos estupefatos maridos e foram para o paredão!

Aliás, publicações recentes da Imprensa diária, e da revista VEJA trazem ilustrativas histórias pessoais de iludidos pela Igreja Universal, onde transparecem os efeitos da lavagem cerebral pela qual passaram sem perceber.

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