Relatório sigiloso do CNJ demonstrou intensa movimentação de desembargadores cariocas em favorecimento ao Flamengo, tanto em questões judiciais quanto comerciais.

Penhoras teriam sido evitadas – enquanto adversários eram penalizados – e pareceres confeccionados, à margem do conhecimento público, para serem utilizados em fechamentos de negócios do rubronegro.

Vários deles, como os utilizados no controverso contrato de gestão do Maracanã e nos patrocínios com AMBEV, CAIXA, Adidas e MRV, foram encontrados, segundo reportagem de ‘O Globo’, após inspeção nos computadores do desembargador Campos Vianna.

O magistrado, paralelamente, atuaria em casos de interesse do clube e de seus adversários.

Flagrado, o Flamengo, por óbvio, não é a única agremiação brasileira beneficiada, indevidamente, por integrantes do judiciário.

É praxe nos clubes, principalmente entre os mais relevantes, a promiscuidade entre representantes do setor e a cartolagem.

Muitos juízes, promotores, desembargadores e delegados convivem de mãos dadas e copos nas mãos com todo o tipo de bandidagem conhecida, desde os ladrões de casaca até os menos significantes.

Invariavelmente, os interesses de misturam e acabam acolhidos por ambas as partes.

O resultado é bem parecido com o testemunhado pelo CNJ no Rio de Janeiro.

Gente ruim se livra de problemas, enquanto adversários, ainda que tenham razão, saem condenados.

Em troca, os ‘fiscais da lei’ recebem cargos, são notados pela mídia e tratados, ainda que são sejam, como ‘gente de bem, apesar de, evidentemente, atentarem contra os interesses da sociedade.

Não se sabe ainda que rumos tomarão as investigações do CNJ no Rio de Janeiro, mas, se as mesmas medidas (de investigação) fossem adotadas nos demais estados da nação, quase a totalidade de magistrados ligados a clubes de futebol estaria, muito provavelmente, em sérios apuros.

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