Apesar da conquista do Paulistinha pelo Palmeiras, o trabalho do treinador V(W)anderlei(y) Luxemburgo foi, se tanto, mediano.
Dono do maior orçamento entre os clubes do Estado – o segundo do Brasil, tendo a disposição elenco contratado a peso de ouro, em momento algum o Palmeiras apresentou futebol digno de suspiros.
Pelo contrário.
Até mesmo nas partidas finais contra o Corinthians, pouco há para se elogiar.
Dois empates e uma vitória nas penalidades, após 180 minutos de futebol para esquecer.
Seu maior acerto, sem dúvida, foi apostar em jovens promessas, como Patrick de Paula, ainda assim sem arrancar-lhes o máximo do potencial sugerido.
Muito por conta da falta de ousadia tática, refém da cultura, há anos incorporada no Brasil, de objetivar ‘não perder’ para, se der, procurar a vitória.
Luxa não é muito melhor, nem pior, do que existe por aí nos demais clubes nacionais.
Ainda assim, talvez até por saber disso, o treinador palestrino, na coletiva pós-vitória, defendeu o indefensável, com ataques a quem se mostrou competente, utilizando-se da velha argumentação retrógada e, comprovadamente, equivocada:
“A única coisa que eu questiono é que tenhamos de mudar nossas características porque o futebol na Europa é mais rápido. Vamos com calma. Somos pentacampeões do mundo jogando em cima da nossa cultura.”
“Claro que temos de aprender, fazer cursos. Mas não é mudar nossa essência pentacampeã do mundo, 11 vezes campeã do mundo interclubes e que tem toda uma história sem treinador estrangeiro”
“Temos de mudar agora por que o Jesus veio aqui e ganhou uma Libertadores? Aí temos de mudar porque o futebol é mais rápido?”
A dificuldade em enxergar os erros e limitações, aliada à necessidade de minimizar feitos de quem, notoriamente, é superior, alicerçado numa conquista de paulistinha dos mais medíocres, demonstram bem as razões do porque Luxa permaneceu, antes do convite salvador do Palmeiras, tanto tempo no ostracismo do futebol brasileiro.