Frequentemente tratados com preconceito no Brasil, os cidadãos paraguaios são relacionados à ‘falsidade’ devido ao histórico comércio ilegal de produtos alternativos realizados entre comerciantes locais e muambeiros tupiniquins.

Ontem, porém, nossos irmãos de continente deram lição de seriedade.

Pelo menos no judiciário.

Enquanto o MP paraguaio sucumbia ao ‘encantamento’ de Ronaldinho Gaúcho, permitindo sua soltura após prisão pelo porte de documentos fajutos e posterior delação de seus comparsas, o juiz Mirko Valinotti fez valer a precaução, ordenando nova prisão ao ex-craque para aprofundamento das investigações.

Enrolado criminalmente com a Justiça Brasileira, acusado de participação em golpes diversos, sempre ao lado do irmão Assis, também preso com ele, o ex-melhor jogador do mundo enfrentará novo desafio, agora na condição de ‘Embaixador do Turismo’ do Brasil, empossado que foi pelo presidente Jair Bolsonaro.

Vai ser difícil explicar as razões da necessidade de passaporte paraguaio se qualquer brasileiro pode transitar no país vizinho apenas com o RG.

Fica a impressão que, diante do temor das consequências jurídicas de seus atos por aqui, que ocasionaram retenção de seu passaporte brasileiro, o craque poderia, em tese, entrar no Paraguai com a ‘identidade’ e depois, com o documento fajuto em mãos, rumar para o real destino de seus objetivos.

Se antes, pela arte no esporte, Ronaldinho enchia o povo de orgulho, desde que decidiu atuar noutros campos tem colecionado uma sucessão de problemas, digamos, nada elogiáveis.

Facebook Comments