O balanço do São Paulo, divulgado no final do mês passado, revela que R$ 8,8 milhões foram pagos à título de comissionamento sobre a transação de Militão ao futebol europeu.

Trata-se de grande distorção da realidade.

O Blog do Paulinho, no dia 16 de março, detalhou o negócio.

Em junho de 2018, o presidente do Real Madrid, Florentino Perez, reuniu-se com os agentes Giuliano Bertolucci e Kia Joorabchian, deixando apalavrada a intenção de compra do zagueiro Eder Militão, então no São Paulo, por 50 milhões de Euros.

A informação é de gente que participou da operação.

Após a concretização do negócio, fazia-se necessário orquestrar a melhor maneira possível das partes envolvidas lucrarem mais do que os 10% de comissionamentos.

Bertolucci, então, teria sentado com Leco, em junho, acertando a movimentação: repassá-lo ao Porto (Portugal), que serviria de barriga de aluguel, para, um ano depois, “revendê-lo” ao Real, pelo valor previamente combinado.

Vamos aos detalhes:

  • O Porto anunciou, oficialmente, que pagou 7 milhões de Euros por Militão;
  • Destes, apenas 4 milhões entraram nos cofres do São Paulo;
  • Os demais 3 milhões de Euros foram divididos para Kia Joorabchian e seus beneficiados – escandalosos 45% de comissão sobre o valor cheio (7 milhões);
  • O São Paulo permaneceu com 10% sobre futura venda

Militão assinou contrato com o Porto em agosto de 2018, e, menos de um ano após, seguiu para o Real Madrid, pelos 50 milhões de Euros tratados anteriormente.

Destes:

  • 45 milhões de Euros serão recebidos pelo Porto
  • 5 milhões pagos a Kia Joorabchian e seus beneficiados
  • O São Paulo, estranhamente, receberá os tais 10% sobre 45 milhões, não 50 milhões, como deveria, totalizando 4,5 milhões de Euros. O clube receberá também, extra-negociação, os 2,5% como clube formador (1,1 milhão de Euro)

Em resumo: numa transação que movimentou, ao todo, 57 milhões de Euros, o São Paulo receberá apenas 8,5 milhões de Euros (1,1 milhão, como formador, é à parte do negócio).

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