Da FOLHA

Por JUCA KFOURI

O filmete pró-ditadura que o conselheiro do Corinthians Osmar Stabile assumiu como coisa sua, embora apenas por lealdade a outro igual a ele, continua a provocar problemas.

O ator Paulo Amaral, que o protagonizou, se deu conta de que queimou a sua imagem ao virar porta-voz de tempos hediondos. E a produtora do vídeo que o produziu, a Vapt Filmes, do outro conselheiro alvinegro igual a Stabile, chamado Edgard Soares, está preocupada.

Ao pretender ter o governo como cliente, agora teme o afastamento de empresas que preferem distância de quem propagandeou o regime que causou as mortes e desaparecimentos de 434 oposicionistas segundo a Comissão Nacional da Verdade.

Como ainda há 36% da população a favor de comemorar a ditadura e 32% que acham o governo bom, como mostrou o Datafolha, será conveniente à Vapt correr atrás dessa gente, antes que, vapt-vupt, acabe a mamata.

O oportunismo cobra preço alto e o Corinthians não merecia ter seu nome ligado ao episódio estrelado por dois indigentes conselheiros.

Ainda mais porque o clube está historicamente ligado à Democracia Corinthiana, como, aliás, sua direção fez questão de deixar claro no último dia 31 de março.

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