Dias após o terrível incêndio que vitimou dez garotos no “Ninho do Urubu”, CT das categorias de base do Flamengo, tanto o clube quanto a Prefeitura seguem sem esclarecer à população seus procedimentos no episódio.
Por que, mesmo com a agremiação arrecadando mais do que todas as outras brasileiras, os garotos flamenguistas eram mantidos em conteiners insalubres localizados em local inadequando, sem condições básicas de segurança e alvará de funcionamento ?
Questões estas que tanto a gestão anterior do Flamengo, quanto a atual, em que a turma de Eike Batista e do BNDES, acostumados a driblar formalidades, confundiam-se no poder, não mostraram coragem, nem parecem possuir argumentos que não os comprometam para responder.
Da Prefeitura de Marcelo Crivella, que libera irregularidades diversas no Município, o silêncio já era esperado, apesar de desrespeitoso com as vítimas do descaso.
Alguém consegue imaginar uma situação em que o Flamengo não tenha pagado propinas a fiscais do Governo, com a possibilidade de parte do montante, diante da grandeza dos nomes envolvidos, ter se beneficiado da operação, objetivando “fechar os olhos” para as diversas irregularidades ?
Somente esclarecimentos documentados poderiam afastar a hipótese de corrupção, mas, ainda assim, promovendo à de incompetência e negligência como ocasionadoras do caos.
O silêncio das autoridades e de cartolas rubro-negros, que comunicam-se apenas através de triviais notas oficiais, esclarece apenas que ambos não podem falar nada para evitar contar o que, provavelmente, podem ter feito.