Os presidentes de Corinthians e Palmeiras, Andres Sanches e Maurício Galiotte, em discurso ensaiado, disseram que permitirão a realização dos treinos abertos aos torcedores, no mesmo dia e horário, apesar de manifestação formal contrária do Ministério Público de São Paulo, além do veto da Polícia Militar, ambos protocolados nestes clubes.
“Nossa responsabilidade é do portão para dentro… fora, a PM é que precisa garantir a segurança”
Em tese, os mandatários de Timão e Verdão estão corretos, porém, a prática e, principalmente, o objetivo político ocultado nos procedimentos, condenam a operação.
O evento foi pensado objetivando agradar as facções “organizadas”, justamente as que prometem se digladiar nas cercanias dos estádios e nos caminhos do transporte coletivo.
Se é fato que é obrigação do poder público dar segurança à população, e que esta não pode limitar-se no “ir e vir” por conta da incompetência policial, também é notório que os grupos citados, objetivo maior do agrado dos dirigentes, em regra esperam estas oportunidades para delinquir.
A Lei salvaguarda o desejo dos dirigentes, mas a prática, que remete à ineficiência do Estado em evitar confrontos que, evidentemente, ocorrerão, deveria gerar bom senso aos idealizadores dos eventos, evitando realizá-los, ao menos, simultaneamente.
Avisados, segundo o MP, se houver confusão grave, Andres Sanches e Mauricio Galiotte serão processados, e responsabilizados, com pedido de destituição de seus cargos.