andres, lula e alexandrino alencar

Segundo relatório nº 39, enviado pela ODEBRECHT ao FUNDO DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO – FII, com cópia a Rodrigo Martins Cavalcante, da gestora BRL TRUST, e ao presidente do CORINTHIANS, o delegado Mario Gobbi, as obras do “Fielzão” foram, oficialmente, concluídas em setembro de 2014.

O valor final, R$ 985 milhões, ficou assim detalhado:

– Manutenção e Operação do Canteiro: R$ 135.660.000,00

– Projetos: R$ 52.770,339,00

– Serviços Preliminares e Drenagem: R$ 22.988.759,00

– Terraplenagem: R$ 20.502.801,00

– Contenções: R$ 12.504.841,00

– Fundação: R$ 32.447.745,00

– Estrutura de Concreto: R$ 124.866.182,00

– Acabamento: R$ 280.849.801,00

– Instalações: R$ 135.734.492,00

– Acessos e Estacionamento: R$ 9.867.193,00

– Cobertura: R$ 107.192.080,00

– Campo de Futebol: R$ 1.824.769,00

– Galerias: R$ 10.297.715,00

– Urbanização e Paisagismo: R$ 37.493.283,00

Hoje, após a intervenção de empréstimos, motivados pela não comercialização de produtos previstos, como naming-rights, venda de camarotes, etc., os valores, com juros, ultrapassam R$ 1,2 bilhão.

Porém, apesar da ODEBRECHT tratar o estádio como terminado, basta uma simples visita ao local para constatação de que a “generosidade” do documento não se confirma com a realidade dos fatos.

estadio conta 3

estadio conta 4

RELATÓRIO nº 37 INDICAVA ESTÁDIO INCOMPLETO PARA A COPA DO MUNDO

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Enviado pela ODEBRECHT em 10 de junho de 2014, ao Fundo FII, com cópia à BRL TRUST e ao Corinthians, o relatório nº 37 dava conta de que o “Fielzão” abriu a Copa do Mundo do mesmo ano sem estar devidamente finalizado.

No item “saldo de obras a executar”, constavam R$ 87 milhões em serviços a serem concluídos, assim discriminados:

– R$ 10 milhões (manutenção e operação do canteiro)

– R$ 77 milhões (acabamento)

estadio conta 1

estadio conta 2

OS PRIMEIROS RELATÓRIOS ERAM ASSINADOS POR ROBERTO “DA NOVA” ANDRADE E MOSTRAVAM DIFERENÇA DE R$ 165 MILHÕES

gobbi e roberto

O relatório nº 01, primeiro a detalhar os custos da ODEBRECHT com o estádio em Itaquera, foi enviado em 30 de janeiro de 2012, dando conta da movimentação compreendida entre 30 de maio e 25 de junho de 2011.

Foi, assim como os que vieram posteriormente, endereçado ao FUNDO – FII, a BRL TRUST e ao CORINTHIANS.

Porém, até dezembro de 2011, em vez do presidente Mario Gobbi ou do diretor responsável pelo clube pela gestão do estádio, Andres Sanches, quem assinou, neste período, todos os recebimentos de prestação de contas foi o vice-presidente Roberto “da Nova” Andrade, que, segundo se sabe, não respondia, nesse assunto, pelo clube.

Sanches, de maneira estranha, e sem explicações, desde a formalização dos contratos, mais uma vez não aparece com sua rubrica em nenhum dos documentos.

Observa-se, neste relatório, interessante diferença dos preços cobrados pela ODEBRECHT, que totalizam R$ 165 milhões, comparada com a prestação de contas final, nos mais diversos serviços prestados na construção do “Fielzão”, que, diferentemente do que foi explicitado ao Conselho Deliberativo do Corinthians, nada tem a ver com os empréstimos tomados pela construtora (pelo menos, não são assim elencados nos valores apresentados).

Somente no Item “acabamento” (grande vilão) o custo subiu de R$ 136,8 milhões para R$ 280,8 milhões.

Diferença de R$ 144 milhões.

Não se entende, também, e é absolutamente necessário que seja esclarecido, o Item “adiantamento”, e, depois, “devolução de adiantamento”, ambos com o mesmo valor: R$ 97,5 milhões.

Talvez sejam estas as razões da não apresentação aos conselheiros alvinegros, até os dias atuais, das contas detalhadas do estádio, difíceis de serem explicadas, além de responsáveis, em parte, pelas dificuldades financeiras atravessadas pelo Corinthians nos últimos meses.

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