Em agosto de 2012, após intermediação de Kia Joorabchian, Andres Sanches facilitou o empréstimo do zagueiro Marquinhos, gratuitamente, do Corinthians para a Roma/ITA, com preço de venda fixado em míseros 3,5 milhões de Euros.
À época o jogador já era tratado como grande promessa, convocado, frequentemente, para a Seleção Brasileira sub-20.
Fez parte do negócio, também, o empresário Cairê Aoas, primo de Marquinhos, operador de uma empresa de “fachada” nas Ilhas Virgens Britânicas, primordial para que todos os valores envolvidos no negócio fossem tranquilamente distribuídos.
Descobriu-se, na sequencia, que o Corinthians foi vítima de um “golpe”, em que a Roma serviu de entreposto para o verdadeiro destino do atleta, o PSG/FRA, por impressionantes 30 milhões de Euros.
O prejuízo aos cofres alvinegros foi estratosférico.
Na última semana, surgiu na imprensa a informação que, por “coincidência”, Andres Sanches (que, mesmo em Brasília, faz questão de fechar os negócios do estádio) assinou contrato de R$ 40 milhões com uma empresa recém aberta na Junta Comercial, que teria exclusividade para tocar as lanchonetes do “Fielzão”.
O único contrato relevante, até então, para o estádio, que despertou suspeitas, à época, pela falta de concorrência e nenhuma notícia de que houvera sido iniciada qualquer negociação.
Estranhamente, porém, em meio ao anúncio da possibilidade de investigações, de FBI e PF do Brasil, sobre contratos fechados em palcos da Copa do Mundo, o negócio foi, de uma hora para outra, desfeito.
A versão oficial diz que reclamações de torcedores com a qualidade do serviço prestado ocasionaram o rompimento do acordo, porém, na atual situação financeira alvinegra, é pouco crível que o clube aceitaria, como aceitou, não apenas abrir mão de R$ 40 milhões, como, também, da multa pela rescisão do contrato.
Assim como, também, que a empresa, após pagar R$ 4 milhões adiantados (pelo primeiro ano), abrisse mão de um espaço tão disputado.
Resta saber se o montante, que corresponde exatamente aos 10% cobrados, habitualmente, por intermediações comerciais deste porte, entraram no caixa do Corinthians, da ODEBRECHT ou no bolso dos que formalizaram a operação.
Ah!, O nome da empresa ?
Diverti Participações, por “coincidência”, de propriedade do primo do jogador Marquinhos, Cairê Aoas.
DESMASCARANDO A DIVERTI PARTICIPAÇÕES
Constituída em 13 de agosto de 2014, apenas três meses após a inauguração do “Fielzão”, a Diverti Participações Ltda tem como proprietários, além do empresário Cairê Aloas, primo de Marquinhos, o sócio Guilherme Marconi e as empresas Silo Participações Ltda e Ubuntu Participações Ltda.
O endereço: Av. Ipiranga, nº 795, 1º Andar, em São Paulo.
Em 15 de dezembro de 2014, no mesmo endereço, a Diverti Participações Ltda, com apenas quatro meses de vida, tornou-se sócia da Diverti Entretenimento e Eventos Ltda, junto com seus outros proprietários, Cairê Aoas e Guilherme Marconi.
Enquanto a primeira funcionava como “Holding de Instituições Não Financeiras”, a segunda, com objeto social “Serviço de Alimentação para eventos e recepções” já nascia “controlada” pela originária.
Investigando as outras sócias da “holding”Diverti Participações, porém, encontramos o caminho do dinheiro que, certamente, financiou todas as operações.
Nada de relevante foi encontrada na UBUNTU Participações, a não ser o fato dela estar em nome de um sócio, Guilherme Marconi, que já consta, como pessoas física, no contrato social.
Diferente é o caso da SILO PARTICIPAÇÕES LTDA, constituída em 05 de novembro de 2013, com o claro intuito de servir como operadora financeira do negócio.
Além de Cairê Aoas e Claudia Ferreira, uma empresa de nome SILO INVESTIMENTS, com endereço nas Ilhas Virgens Britânicas (foto), completam o quadro societário da empresa.
Porém, a fama da “investidora” caribenha não é nada boa.
A empresa, que, em verdade, só existe no papel nas Ilhas Virgens, tem filial (também apenas em documento), em Flat 2 17, Cambridge Park, Twickenham, na Inglaterra.
Segundo informações dos órgãos comerciais britânicos, (traduzido) “a empresa não está ativa, ou seja, não envolvida em qualquer atividade comercial, nem recebe rendimentos ou lucros”.
“Não é titular de ativos suscetíveis de produzir renda em futuro próximo”.
Por “coincidência”, o condomínio de residência que a empresa apresenta como “sede” (foto da mansão de nº 17 – a que consta na documentação) é frequentemente alugado para escritórios de agentes de jogadores, entre os quais, Kia Joorabchian e Pini Zahavi (ex-operadores da MSI).
A conclusão, de negócios, milionários e obscuros, fechados pelo ex-presidente do Corinthians, Andres Sanches, com um grupo de empresas geridas por uma controladora financeira do exterior, tratada pelas autoridades inglesas como ‘de fachada”, ligada a empresários de jogadores, mas que, mesmo apenas no papel, opera em paraíso fiscal no Caribe, exemplifica bem as razões do agora Deputado Federal não abrir mão de controlar, sem oposição da diretoria do clube, todas os negócios que envolvem o estádio alvinegro.
Enquanto o Timão empobrece no sistema “Renovação e Transparência”, seus dirigentes enriquecem, e não se constrangem em ostentar.