Recentemente, os bastidores do Corinthians ferveram após a negociação do zagueiro Cleber para o Hamburgo da Alemanha, por R$ 10,5 milhões, sem que um centavo sequer fosse direcionado aos cofres do clube.
A versão contada no Parque São Jorge é a de que 80% dos direitos econômicos pertenciam ao conselheiro Fernando Garcia, 10% ao próprio atleta e os 10% restantes ao empresário de Jundiaí, Beto Rappa.
Rappa é tratado nos bastidores do futebol como “laranja” eventual do ex-presidente do clube e atual Deputado Federal, Andrés Sanches.
Porém, a FIFA, intrigada com um inusual documento assinado pelo Corinthians, e revelado pelo Hamburgo de maneira oficial na Confederação Alemã (que obriga os clubes a detalhar as transações), decidiu abrir investigação.
No papel, o Timão, diferentemente do que foi alegado no Brasil, confessa ser o dono dos direitos econômicos do jogador, mas indica os números de contas e quantias que devem receber os depósitos referentes a negociação.
Com valores expressos em EURO, estão discriminados:
– 2,4 milhões para a conta da ELENKO SPORTS, de propriedade de Fernando Garcia;
-300 mil Euros para uma conta do próprio Fernando Garcia, no Exterior;
-300 mil Euros para a conta do jogador Cleber.
Não há nenhuma menção ao empresário Beto Rappa, colocado no negócio pelo atual presidente do Corinthians, Roberto “da Nova” Andrade, à época diretor de futebol, com enorme proximidade a Andres Sanches.
Tirante as diferenças financeiras, a FIFA entende que o Corinthians mentiu ao se declarar proprietário dos direitos de Cleber para beneficiar, ilicitamente, o agente de futebol Fernando Garcia e demais envolvidos.
O Hamburgo cedeu à entidade toda a documentação do negócio – a mesma que já estava na Confederação Alemã, acrescida de trocas de mensagens com dirigentes alvinegros, entre os quais Roberto “da Nova” Andrade e Duílio “do Bingo” – que será analisada durante o inquérito.
Se constatada a fraude, o Corinthians corre o risco de sofrer graves sanções, desde financeiras até esportivas, como ocorreu recentemente com o Barcelona, proibido dois anos de comprar e vender jogadores nas aberturas de janelas de transferências.