favela 2014

Diversos textos exaltam, hoje, nos principais periódicos, que faltam 100 dias para o início da Copa do Mundo no Brasil.

Há muito mais ufanismo do que realidade.

É certo que os 30 dias de jogos realizados por aqui, com a presença dos principais atletas do Planeta, serão bem mais agradáveis do que os acontecimentos, antes e depois, do Mundial.

Nos últimos anos, a previsão de atraso de obras, que facilitou as ações de superfaturamentos, com derrama, escancarada, de dinheiro público, foi cumpridos à risca por nossos gestores.

Agora, 100 dias antes do pontapé inicial, o desastre de comunicação pela internet será inevitável, com bem menos tempo do que o necessário para a instalação adequada de equipamentos, fruto do referido retardamento proposital das construções para consequente preenchimento de bolsos dos chegados da “patota”.

Provavelmente a tv oficial da FIFA, preocupada com o dentro de campo, e a do Brasil, a Globo, com os bastidores, minimizarão, quando não ocultarem, protestos e defeitos de fabricação da Copa, embora, com o advento da internet, fazê-lo possa ser um tiro ainda maior no próprio pé.

Porém, daqui 130 dias, um dia após a Final do torneio, o Brasil terá que encarar, de frente,  o que não mudou.

Nossa população continuará carente do nunca teve, e ainda, com a certeza da adequação dos preços de ingressos às mordomias das novas Arenas, será alijada de sua maior diversão, ou seja, assistir as partidas, in loco, do clube de coração.

O legado praticamente inexiste, com melhorias pífias, e promessas vazias de finalização do que “não deu tempo de terminar” para depois do Mundial.

Um discurso para minimizar a incompetência e inflar candidaturas daqueles de sempre, manipuladores da verdade, em prol de si próprios e de seus grupos de espertalhões.

O Brasil do pós Copa nada terá a ver, para a maior parte da população, com o País das Maravilhas apresentado por Bebeto, Pelé e Ronaldo, marionetes sem pudor de um sistema feito para criar ídolos de barro e fãs descerebrados.

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