Apesar dos desmentidos dos dirigentes do Corinthians, mais uma vez a cúpula das torcidas “organizadas”, formada por marginais da mais alta periculosidade, não só viajou com o elenco de jogadores, como se manteve hospedada, às custas do clube, no mesmo hotel.
Por vezes tem até mais regalias do que os próprios dirigentes, que temem, sabe-se lá por quais critérios, perder o apoio dessa gente.
A imprensa comprovou, nos últimos dias, que a bandidagem não apenas arrumou confusão no estádio Mané Garrincha, mas também, como de costume, saqueou estabelecimentos, entre outras barbaridades.
Mas o absurdo não parou por ai.
Um torcedor daqueles que trabalham, portanto não pertencente a facções criminosas “organizadas”, como os Gaviões da Fiel(ix), por exemplo, testemunhou momentos lamentáveis ocorridos no voo de volta do Corinthians, de Brasília para São Paulo, logo após a partida contra o Vasco da Gama.
Marginais, com a omissão dos dirigentes, entre eles delegados de polícia e desembargadores, ameaçando jogadores, como se fossem donos do clube.
Confira, abaixo, o relato completo.
Por RICARDO ANDRADE
No último domingo, por coincidência, estava no mesmo voo de Brasília a São Paulo que a delegação do Corinthians.
Após o embarque, quando todos os passageiros estavam sentados, entraram alguns torcedores da Gaviões e um deles passou pelo corredor do avião insultando os jogadores.
Intimidando, principalmente o Romarinho, perguntava a eles o que estava acontecendo.
Se os jogadores estavam recebendo o salário em dia.
Com ironia falava que os salários estavam atrasados pelo que eles estavam jogando…
Apenas o Gil foi poupado.
Isso ocorreu na frentes de todos os demais passageiros constrangendo os jogadores, que, naturalmente, não podiam reagir.
Difícil acreditar é que os demais membros da delegação do Corinthians, frouxos e medrosos, nada fizessem.
Abaixaram a cabeça.
Tampouco solicitaram ao comandante que retirasse os referidos torcedores da Gaviões do avião.