Nas últimas semanas, fomentadas por informações oriundas do Corinthians, falou-se muito que os cinco “apóstolos” remanescentes de Oruro seriam soltos com facilidade após parecer favorável da promotoria local.
O presidente do clube, delegado Mario Gobbi, num gesto calculado de “grandeza”, teria doado US$ 50 mil para, em troca, a família de Kevin relaxasse na busca pelos culpados do assassinato do próprio filho.
Caiu do cavalo.
O sr. Limbert Beltran, pai do menino, escancarou hoje, em entrevista a FOLHA, a lamentável atitude do Corinthians, indigna da grandeza de sua história.
"Recebi a doação do clube, mas não assinei nenhum documento de troca, como a defesa queria e como informaram no Brasil", relatou.
Ou seja, o clube, em conjunto com advogados da facção criminosa Gaviões da Fiel, condicionavam o gesto de “caridade” a uma chantagem absolutamente suja e indecorosa.
Além disso, há a gravidade administrativa do próprio Corinthians, que utilizou-se de dinheiro de seu caixa, com a anuência de seus dirigentes, para socorrer a torcida “organizada”, sem nada que justificasse a atitude.
O pai de Kevin disse ainda que recorreu do caso, impedindo, por consequência, a soltura dos suspeitos, pela evidente contaminação da promotoria, que se encontrou diversas vezes com gente do outro lado.
Prova de que a dignidade, para quem a possui, é bem mais forte do que a “malandragem”, mesmo com a ajuda até de delegados de polícia.