Assim que foi assinado o acordo entre WTORRE e Palmeiras, que incluía diversas clausulas perigosas, entre elas o termo de “Direito Real de Superfície” do clube pela construtora, alguns conselheiros de insurgiram, mas foram votos vencidos perante a articulação política em torno da Nova Arena.
Temia-se ainda mais pela má fama que sempre acompanhou a trajetória da empresa capitaneada por Walter Torre Junior, de problemas financeiros, não cumprimentos de contratos e, por vezes, de obras mal executadas.
Recentemente, a WTORRE solicitou empréstimo ao BB, em forma de emissão de debentures, no nome da Real Properties S/A, no valor de R$ 200 milhões.
Era o segundo lote que foi utilizado para quitar o primeiro, de pouco mais de R$ 100 milhões.
Agora, com o vencimento da segunda leva por acontecer, a WTORRE decidiu, em reunião realizada às 10h do dia 15 de maio de 2013, na sede da Real Properties, tentar nova alternativa para quitar a pendência.
Foi decidido que assinariam Notas Promissórias, no valor de R$ 200 milhões, e as repassariam a interessados, que poderiam resgatá-las, posteriormente, beneficiando-se de juros e correção monetária.
A famosa “operação empurrar com a barriga”, utilizada frequentemente por picaretas, estelionatários e afins.
Porém, para conseguir despertar a atenção dos “Investidores”, a WTORRE não pensou duas vezes em utilizar-se do Palmeiras como moeda de troca, colocando o acordo realizado com o clube, em 2010, como garantia de pagamento.
Segundo a documentação a que tivemos acesso, os credores das Notas Promissórias terão direito, em caso de não quitação das dívidas pela construtora, a:
“(…) todos os direitos emergentes da Escritura Pública de Constituição de Direito Real de Superfície e Outras Avenças, lavrada em 15 de julho de 2010, conforme aditada, pelo 22º Tabelião de Notas de São Paulo, no livro 3.962, fls. 175, entre a Real Arenas e a Sociedade Esportiva Palmeiras (…)
Ou seja, desde a exploração do terreno do Palmeiras, até os lucros provenientes da Nova Arena, entre outras tratativas diversas do contrato.
O grande resumo dessa Ópera é que, até o momento, a WTORRE não colocou a mão no bolso para construir a Arena Palestra, valendo-se apenas de artimanhas bancárias para conseguir os recursos, em que o único a correr risco foi o Palmeiras.
Pegou um empréstimo de R$ 150 milhões, que foram pagos com outro de R$ 200 milhões garantidos por Notas Promissórias, estas tendo como fiadores os bens palestrinos.
Se conseguir quitar a pendência, a WTORRE o fará com a utilização do estádio por 30 anos, a preço de banana, e, dependendo das condições financeiras, sem repassar nada ao clube, que, como sócio, terá direito apenas à percentuais sobre os lucros.
Porém, nessa toada de dívidas e empréstimos, quais são as reais previsões de lucratividade, pelo menos a curto prazo, desse empreendimento ?