Trecho da coluna de TOSTÃO, na FOLHA
O presidente do Sport, Luciano Bivar, disse que pagou propina a um lobista para conseguir a convocação do volante Leomar, em 2001. No STJD, negou. É mais boquirroto.
O assunto merece reflexões. No futebol, na política e em outros setores, quase não se faz nada sem a presença de intermediários e lobistas. Um clube, para contratar um jogador, não conversa diretamente com outro clube nem com o atleta.
Todos os treinadores, incluindo o da seleção, e todos os atletas, desde as categorias de base, possuem empresários. Muitas vezes, técnicos e jogadores de um mesmo clube são agenciados pela mesma pessoa. É óbvio que isso pode gerar conflito de interesses, que vão desde a influência silenciosa, como um olhar, até a pressão explícita.
Nem sempre o jogador que o técnico quer contratar ou escalar é o que interessa ao clube, como negócio. Os treinadores são pressionados por todos os lados. Dizer que todos sabem separar uma coisa da outra é desconhecer a desmedida ambição humana.
As redes de interesses são inúmeras. Muitos profissionais honestos nem percebem. É muito difícil ser totalmente independente. Dizem que não existe almoço grátis. No futebol, nem a gentileza é grátis.
Além da troca de favores, uma instituição, uma praga nacional, há muitas evidentes falcatruas no futebol brasileiro.