Por JUCA KFOURI
A Itália, bem, a Itália é a Itália, sabe como é.
Começou o jogo contra Alemanha levando um sufoco, com Pirlo salvando gol na linha fatal, Buffon se virando e a bola não entrando por detalhe.
Aí, aos 19, a Itália, que é a Itália, avançou pela esquerda, Cassano deu um rolê em dois germânicos e cruzou na cabeça de Balotelli que cabeceou para fazer 1 a 0.
Sim, o alemão não desiste nunca e foi à luta.
Kedira quase faz um golaço de fora da área, mas Buffon não deixou.
E, aí, em contra-ataque, Balotelli foi lançado, deixou Lahm para trás, e quando chegou perto da área soltou um petardo indefensável.
A Alemanha seguiu melhor, mas a Itália, que é a Itália, você sabe, foi para o intervalo com 2 a 0 de dianteira.
Sim, é claro, a blitz alemã no segundo tempo foi infernal, com Reus no lugar de Podolsky.
Aos 12, Cassano saiu e Diamanti entrou na azzurra.
E Buffon não deixava passar nem pensamento.
O poeta Carlos Drummond de Andrade dizia que o difícil não é fazer mil gols como Pelé, mas fazer um gol como Pelé.
Pois é. Se é difícil fazer um gol na Itália, imagine dois
Itália que ainda ameaçava aqui ou ali em contra-ataques.
E para ameaçar ainda mais trocou Balotelli por Di Natale enquanto Boateng saiu paraentrar Müller.
E chegou a ficar mais perto do terceiro gol que os alemães do primeiro.
Mas, com requintes de crueldade, aos 46, a Itália sofreu um gol, de pênalti, cobrado por Özil: 2 a 1.
E foi tudo.
O mundo queria ver Barcelona e Real Madrid decidindo a Liga dos Campeões da Europa e acabou vendo Chelsea e Bayern Munique.
Agora queria ver Espanha e Alemanha na final da Euro e verá Espanha e Itália.
Os campeões europeus e do mundo, atrás de uma façanha inédita na história do futebol, qual seja a de ganhar duas copas continentais com uma mundial entre elas, que se cuide.
Porque a Itália é a Itália, sabe como é.