Da FOLHA DE SÃO PAULO
Por TOSTÃO
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Os treinadores deveriam falar menos vezes e dizer mais, com mais clareza e com explicações técnicas e táticas
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INÍCIO DE ano é tempo de sonhar, planejar e de começar a luta por nossos objetivos. Difícil é conquistá-los. Muitas coisas independem de nossa vontade e esforço.
Outras, por preguiça ou por acharmos que não vale tanto, ficam no meio do caminho.
Como Ronaldo, pretendo emagrecer uns cinco quilos. Será difícil, para nós dois. Quero ir aos estádios ver jogos importantes e selecionar mais as partidas e os programas de esporte que vejo na televisão.
Estou viciado em futebol. Isso é perigoso. Aliena.
Pretendo melhorar meus textos e cometer menos erros de português. Nesta semana, aprendi que autoajuda não tem mais hífen nem separação, de acordo com a nova regra ortográfica.
Muitas coisas precisam evoluir no futebol, dentro e fora de campo. Uma delas é a entrevista dos treinadores. Adilson Batista disse que só fala uma vez por semana, além das entrevistas depois das partidas. Está mais do que certo, desde que ele e outros treinadores falem, expliquem e não enrolem. A frase que nunca falta nas entrevistas do técnico do Cruzeiro é “vamos aguardar”.
Os treinadores adoram certas palavras, como atitude, equilíbrio, motivação, segunda bola, encurtar, pegar. Celso Roth gosta muito de “mecânica de jogo”. Tite, de “oportunizar”. Gostava mais do “lazaronês” do que agora do “titês”.
Os técnicos, principalmente depois das vitórias, sentem-se grandiosos. Aproveitam-se da pergunta para valorizar suas atuações. Há ainda os repórteres que levantam a bola para o técnico cortar. Luxemburgo e Leão se sentem vitoriosos, mesmo nas derrotas.
Cuca é exceção. Está sempre cabisbaixo, até nas vitórias. “Oh, vida, oh, céus, oh, azar. Isso não vai dar certo.” (Desenho Lippy e Hardy.)
Admiro pessoas menos eufóricas, reflexivas e até com pequena depressão, pois são as que enxergam melhor a realidade. Mas isso não combina com um técnico, com um comandante.
Nas entrevistas, Leão mistura sujeito, verbo e predicado. Ninguém entende. Nem o professor Pasquale. Alguns repórteres morrem de medo do Leão. Além disso, o treinador quer sempre transmitir um grande ensinamento. Fica ainda pior.
Renê Simões gosta também de um lugar-comum, de uma fábula e de ser um grande professor.
Mas Renê é diferente. Ele é mais arejado, culto e tem mais conhecimento sobre a vida e as pessoas. Só não pode exagerar nas frases de autoajuda (sem hífen). Cansa.
Outros técnicos, como Ney Franco e Dorival Júnior, têm sempre uma resposta técnica e politicamente correta. Nunca se exaltam. São sensatos e educados. São tão sensatos que suas entrevistas ficam frias, sem graça. Mano Menezes e Nelsinho Baptista são também prudentes e racionais, mas dão entrevistas mais contundentes.
Ney Franco e Dorival Júnior deveriam incorporar um pouco, não muito, o mau humor de Muricy.
Dizem que o mau humor do técnico do São Paulo é engraçado e agradável. Nem sempre. Muitas vezes se transforma em grosseria e má educação.
Muito pior que o mau humor de Muricy é o bom humor de Luxemburgo. Ele quer ser irônico e não consegue. Fica sem graça. Só ele ri.
Precisamos lembrar ao senhor Paulinho, dono do blog, que nós torcedores e trabalhadores que pagam impostos e suas contas em dia; nós que participamos de eleições e tentamos nos fazer representar da melhor maneira possivel, estamos INDIGNADOS com a demora referente ao processo de apuração e punição dos responsáveis pelo caso do gás na semi-final do campeonato paulista de 2008.
Mesmo após o JORNAL LANCE ter divulgado que durante as escutas telefônicas no caso da máfia dos ingressos, foram encontradas/criadas provas ( gracações de conversas ) do envolvimento de torcedores e dirigentes da Sociedade Esportiva Palmeiras, estranhamente notamos “morosidade” no processo.
Gentilmente solicitamos ao caro jornalista, que nos informe, cobre, investigue.
Nós não queremos de forma alguma ter gente desta espécie vestidos de representantes mascarados de pessoas de bem em nosso meio.
QUE SE INVESTIGUE, QUE JULGUEM E PRINCIPALMENTE QUE PUNAM OS RESPONSÁVEIS.
NÃO A IMPUNIDADE !!!
hahahahaha
Adorei o texto do Tostão
Parece que estou vendo cada um dos treinadores que ele falou dando coletiva de imprensa
Essa do Luxa bate direitinho. Só ele ri das próprias palhaçadas….
Faltou falar o quão diferenciadas são as entrevistas do Felipão, Big Phil!
Parabéns pelo blog
Poucos conseguiram repetir com as palvaras a genialidade que tiverma com os pés!
Parabéns Tostão.
Ah, se tívessemos mais uma dúzia de pessoas com esse pensamento na nossa imprensa.
E pensar que Tostão já trabalhou na Band, onde hoje o burro chucro do Neto é a estrela da campanhia de vendidos.
Se existe uma referência que sempre devemos agradecer é o Tostão. Sábio,gênio. Seus textos simplesmente são brilhantes!
Por falar em “neto da band” alguém já contou quantas vezes numa transmissão ele fala: “pra mim o MELHOR DO MUNDO”. O cara quer se fazer notar pela bajulação exessiva.