Recentemente, a Justiça de São Paulo ordenou a penhora das arrecadações do Corinthians para pagamento de calote ao jogador Jadson.
A dívida é de R$ 1,5 milhão
No desespero, o Timão impetrou, ontem (13), na 13ª Câmara do TJ-SP, pedido de efeito suspensivo da execução ou redução dos descontos para, no máximo, 5% de seus recebíveis.
A fundamentação expõe condição de extrema miséria alvinegra.
O Corinthians, que formalizou proposta de R$ 37 milhões para aquisição de um volante argentino, alega que o bloqueio dos valores (é citada, com destaque, a verba proveniente da CBF) inviabilizaria a operação do clube.
Os fatos destoam do discurso.
A torcedores e conselheiros, a diretoria do Timão, sem comprovar, aparenta recuperação financeira; ao judiciário, com documentos, sinaliza situação próxima da falência.

Duilio e Adriano Monteiro Alves
Confira abaixo os trechos principais da manifestação alvinegra (que o Corinthians quer esconder sob pedido de ‘segredo de justiça’ ainda não julgado pelo Tribunal):
“(…) as consequências de referida penhora podem acarretar em ônus excessivo ao devedor, de fácil percepção, quando dessa penhora excessiva, resultarem valores destinados a pagamento de outras obrigações como tributos, ou até mesmo, sobre outras verbas de natureza alimentar, como salários de empregados”
“(…) o agravante, se viu obrigado a renegociar salários de atletas e empregados do Clube, fruto da brutal perda de bilheteria, inadimplência de sócio torcedores, congelamento de recursos dos patrocinadores e adiantamento das férias dos jogadores”
“O balanço patrimonial, as demonstrações contábeis e o resumo geral da folha de pagamento, dentre outros documentos, atestam a difícil situação financeira suportada”
“Apesar de o agravante estar realizando esforço hercúleo para operar as suas atividades com fluxo de caixa deficitário, é certo que a penhora deferida pelo Nobre Magistrado a quo, representa intransponível entrave para a manutenção deste esforço, que importará, fatalmente, no inadimplemento de parte de salários, descumprimento de acordos judiciais e falta de pagamento de terceirizados, dentre outros, porque infelizmente não haverá resíduo a ser destinado para esse fim”
“Cumpre pontuar que o Corinthians teve êxito no aumento de suas receitas em 2021, mas o seu endividamento alcançou a marca de R$ 1 bilhão!”
“Não fosse isso o suficiente para demonstrar a gravidade da situação, pontua-se que o agravante já suporta outras ordens de penhora em diversos processos, inclusive trabalhistas”
“Outrossim, não bastasse a folha de pagamento, ainda há outras verbas de natureza trabalhista a serem consideradas, como o pagamento de décimo terceiro, as férias e o FGTS”
“Por conseguinte, resta evidenciado que a manutenção da penhora nos créditos que o Corinthians por ventura tenha a receber da CBF, fatalmente impedirá o agravante de honrar parte de suas despesas ordinárias”
“(…) caso contrário, estar-se-á legitimando rescisões indiretas e possivelmente o descumprimento de acordos judiciais em andamento, culminando num ciclo de inadimplência que terá o condão de reduzir o devedor ao estado de insolvência”
“Dessa forma, a penhora deferida tem o nefasto condão de retirar recursos financeiros do agravante, como dito aluheres, inviabilizando a sua própria atividade por falta de numerário”