Há algum tempo, leitores da FOLHA estranhavam o teor dos textos publicados na coluna assinada por Catarina Rochamonte.
Parte deles, análises comportamentais de notórios integrantes da política nacional.
Entre os presidenciáveis mais relevantes, Bolsonaro, Ciro e Lula recebiam tratamento distinto do dispensado ao ex-juiz Sérgio Moro, que, mesmo quando não citado, tinha os interesses nitidamente defendidos pela colunista.
Se é lúcido que uma jornalista, filósofa e doutora em direito internacional tenha opiniões desfavoráveis sobre o atual governo, além de admissível a desconfiança sobre a lisura dos anteriores, não é crível que defenda, por convicção, os métodos dos envolvidos na Operação Lava-Jato.
Qualquer bacharel em direito sabe que o juiz tem que ser imparcial e não pode se acumpliciar a promotores – principalmente nos casos em que é o responsável pelas sentenças.
Hoje, a derradeira coluna de Rocha Monte joga luz ao que não era difícil de supor:
“A Folha decidiu, corretamente, descontinuar, por este ano, a atividade de seus colunistas que tenham pretensão eleitoral. É o meu caso: sou pré-candidata pelo Podemos, no Ceará, a deputada federal”
Sergio Moro é candidato a Presidente pelo Podemos.
Rochamonte, que, por óbvio, não decidiu concorrer ao parlamento nesta semana, foi desleal com os leitores da FOLHA ao esconder a pretensão.