Tinha tudo para ser um dia de consagração: após décadas de cobertura esportiva da Rede Globo, a BAND voltaria a transmitir a Fórmula 1, dos mais relevantes eventos esportivos do Planeta.
Mas, desacostumada com protagonismo, a emissora ‘chutou o balde de leite da vaca premiada’.
Em vez de preocupar-se, apenas, em levar um programa de qualidade ao público – o que, a bem da verdade, conseguiu – desandou, de maneira institucional, a agredir a concorrente.
Bordões como “A F1 tratada como deve ser tratada” e “Isso a Band mostra” revelavam o desejo, intencional, do confronto.
Quadro tão claro que motivou o ressentido Nelson Piquet, estrategicamente convidado para a transmissão, a soltar, no ar, um ‘Globolixo’.
As motivações da BAND podem ser analisadas sob duas possibilidades.
A primeira, freudiana.
Uma espécie de desabafo contra um patamar de excelência que jamais atingirá.
Mas não se deve descartar a bajulação ao Governo Bolsonaro, que tem sustentado a emissora com patrocínios governamentais.
Já a de Piquet é puramente pessoal.
O ex-piloto não esquece ter sido preterido pela Globo, no auge da carreira, por um superior, mas ainda iniciante Ayrton Senna, que, anos depois, viria a se tornar o Mito que todos conhecem, nem a cobertura da falcatrua cometida pelo filho Nelsinho, expulso, de maneira humilhante, da F1.
A Globo possui inúmeros defeitos – muitos deles criticados pelo Blog do Paulinho – mas não há, no Brasil, emissora com o mesmo patamar de excelência, ainda que algumas, editorialmente, em pontuais períodos, possam superá-la.
Caso, pra ficar no esporte, da ESPN Brasil dos tempos de José Trajano.
ESPN dos tempos de José Trajano não fazia jornalismo esportivo, fazia militância política esportiva para o PT, basta ver quem lá militava: a começar pelo próprio José Trajano, Juca Kfhouri, Sonia Francine (Soninha), Ana Moser et al. Só que quem lacra não lucra.