Em situação de catástrofe pública, com o número de vítimas de COVID-19 aumentando e as vacinas sendo distribuídas com absoluta incompetência, o Governo do Rio de Janeiro, sob pressão da cartolagem, decidiu autorizar a presença de 7,8 mil torcedores no estádio do Maracanã para assistirem à final da Copa Libertadores entre Palmeiras e Santos.
10% da capacidade do local.
Como atenuante, o decreto diz que os presentes terão que apresentar teste de COVID com resultado de cinco dias anteriores à data da partida.
Chega a ser assustadora a irresponsabilidade de quem libera e dos que se propõem a comparecer ao evento.
A maioria das pessoas, em grande parte bajuladores de cartolas e patrocinadores, se torcedores de Palmeiras e Santos é oriunda de São Paulo, o que implicará em exposição a diversas situações de risco desde a saída da residência até o retorno.
Outro fator a ser destacado é a distribuição gratuita de ingressos, o que sequer fornece aos clubes a desculpa da necessidade de arrecadação.
O que existe, de fato, é o descaso com a saúde pública para dar aos presentes ao Maracanã, possíveis transmissores do vírus mortal, a sensação de ‘privilegiados’.
Triste retrato de uma gente que, em grande maioria, deve ter apertado ’17’ para presidente.