Em meio à pressão interna do clube por conta das nebulosas negociações que envolveram o jogador Jucilei, o ex-presidente do Corinthians, Mario Gobbi, que insinua nova candidatura ao cargo, publicou texto no Instragram, no intuíto de desvencilhar-se do caso.

Destacamos dois trechos importantes.

“(…) contrato (de Jucilei), (foi firmado) em fevereiro de 2011 – portanto, em um período que eu já não fazia mais parte da administração do clube, pois fui diretor de futebol de dezembro de 2007 a dezembro de 2010, e presidente de fevereiro de 2012 a fevereiro de 2015”

Esperto, como costamavam ser os delegados que trabalharam no DETRAN/SP, Gobbi utiliza-se de formalidade para distorcer a realidade.

Vamos contextualizar os fatos.

Conforme o proprio Mario Gobbi não se cansa de dizer, inclusive em recentes lives da qual participou, sua importância no grupo ‘Renovação e Transaparência’, do qual foi criador era, até 2015, tão relevante quando a de Andres Sanches.

Quando deixou o cargo de Diretor de Futebol, pouco mais de um mês antes da finalização do negócio Jucilei, realizado em parceria com o J. Malucelli/Corinthians/PR – que ele ajudou a fechar – Gobbi, em momento algum, afastou-se da administração, apenas preservou-se, em imagem, para a disputa eleitoral de 2011, da qual saiu como candidato da diretoria, assumindo o cargo em 2012.

É a verdade, sem as distorções e espertezas apresentadas na ‘nota oficial’.

Por fim, Gobbi revela, em ordem cronológica:

“(…) em 23 de agosto de 2019, o J. Malucelli ingressou com a execução da quantia (que o Corinthians perdeu na Justiça) de R$ 13.931.138,83 (valor da ação e dos honorários sucumbenciais com atualização e correção monetária, além de juros de mora)”

“Em outubro de 2019, foi certificado que o Corinthians recebeu intimação para pagar a dívida e não pagou, havendo a incidência de multa de 10% sobre o saldo devedor total, apresentado cálculo atualizado de R$ 16.969.779,67 e pedido de penhora de verbas da Globo, CBF e BMG”

“No dia 09 de dezembro, um acordo foi celebrado com o valor de R$ 14.437.00,00, em 13 parcelas ao J. Malucelli, sendo a primeira de R$ 1 milhão já penhorada da Globo, e R$ 3.519.000,00, em cinco parcelas ao escritório de advocacia, com multa de 20% e vencimento antecipado em caso de nova inadimplência”

“Em fevereiro de 2020 o J. Malucelli e o advogado do clube paranaense denunciam que o Corinthians não pagou a segunda parcela vencida, em 31 de janeiro de 2020”

Trata-se de grave acusação de maquiagem no balanço, publicado, recentemente, no site do Corinthians, em que a dívida, da qual o clube, segundo Gobbi, foi cientificado ainda em 2019, ficou de fora da contabilidade final.

Ou seja, o déficit real, em vez dos anunciados R$ 177 milhões, em verdade, ultrapassa os R$ 193 milhões.

A informação, em tese, obrigará nova análise do Conselho Fiscal, e, posteriormente de CORI e Conselho Deliberativo, além da interpelação oficial do presidente da diretoria e de seu diretor de finanças para justificar a manobra irregular.

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