Em 2018, o Corinthians anunciou contrato de patrocínio com a INOOVI, sediada em Hong Kong, que, além de pagar para figurar em propriedades do Timão, lançaria a criptomoeda “IVI”.
O acordo foi alardeado, também, no site da empresa, com a informação, ainda, de que o clube reservou “quantia enorme de IVI”.
Até hoje não se prestou conta sobre o ocorrido, muito menos da utilização, pelo clube, do dinheiro virtual.
Apesar disso, na última sexta-feira (15), o Corinthians anunciou novo acordo (sem ter explicado o encerramento – se houve, do anterior) com o ramo das moedas criptografadas, desta vez com a Fintech Footcoin Club, que criará a “TimãoCoin”, com valor fixo de R$ 10 a unidade.
Os donos da Footcoin são o advogado José Rozinei da Silva, que está ligado a empresa de internet recém falida no mercado, e o economista André Gregori, ex-CEO do mal-afamado BTG Pactual.
É o segundo “produto” de Gregori que patrocina o Corinthians: o primeiro foi a ThinkSeg, empresa que negocia seguros diversos.
Não é comum, no ramo de moedas virtuais, que estas mantenham valores à margem da movimentação de mercado (fixos), que poderiam indicar, com mais exatidão, o sucesso do empreendimento.
Estranha-se, também, que o Corinthians possa receber doações em “Timãocoin”, principalmente porque, em vez de direcionadas diretamente para uma carteira do clube – praxe nesse tipo de negócio, passariam primeiro pela Footcoin para, somente após, serem repassadas ao alvinegro.
Sequer se sabe quais percentuais estão envolvidos nas transações.
Num mundo tão complicado como o da gestão de clubes, principalmente os envolvidos com futebol, incentivar transações financeiras ainda menos transparentes do que as que já ocorrem no Parque São Jorge, com moeda corrente e extrato bancário, em que já houve até diretor financeiro acusado de fraudador de balanço, sem que o acusador fosse processado, trata-se de temeridade que precisa, por razões evidentes, ser evitada.