Celso Jatene

(Discurso do vereador Celso Jatene (PR), em 22 de março, na Câmara Municipal)

Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu quero falar um pouquinho sobre o andamento da concessão do Pacaembu.

Depois os Vereadores vão falar para mim: “V.Exa. viu o aconteceu?”, porque ninguém está prestando atenção. Então eu preciso falar um pouco sobre isso.

Quando fui o Secretário de Esportes e cuidei da tentativa de concessão do Pacaembu, estabeleci um pré-requisito para apresentação dos projetos.

Existia um grupo, um consórcio, do qual faz parte, entre outras, a empresa do ex-jogador, atual diretor do São Paulo Futebol Clube, Raí, que durante todo o processo defendeu a tese de que não dava para fazer o projeto do Pacaembu com pré-requisitos, porque o Pacaembu precisava deixar de ser a praça esportiva importante, que é e sempre foi para a cidade de São Paulo, para ser uma miniarena; e que dentro dessa miniarena, com 22, 23 mil lugares no máximo, houvesse a possibilidade da construção de hotel, restaurante, salas de escritório etc.

Naquela época, o Presidente da SP Negócios era o atual Secretário de Desestatização, Sr. Wilson Poit; e o Presidente da SP Negócios, atual Secretário de Desestatização, Sr. Wilson Poit, durante um bom período fez gestões junto à Vice-Prefeita, na época, Sra. Nádia Campeão, a mim, Secretário de Esportes, e ao próprio Prefeito Fernando Haddad, dizendo que o projeto, a concessão, não podia ter pré-requisito, tinha que ser uma concessão aberta, porque senão a conta não fecharia.

Sinceramente não entendo essa história de a conta não fechar, porque a conta só fecha para quem tem interesse de ganhar dinheiro, e o Pacaembu não é e nunca foi lugar para empresário, mas parece que agora vai ser.

De repente, o Conpresp e o Condephaat, que sempre foram órgãos extremamente responsáveis em relação aos prédios tombados da Cidade, desclassificam quatro pré-projetos que foram presentados e classificaram apenas um projeto, exatamente aquele que o Secretário Wilson Poit tenta nos convencer de ser o melhor por permitir a construção de um hotel, de escritórios, de restaurante e de uma espécie de shopping, tudo dentro do Pacaembu.

A intenção é diminuir a quantidade de lugares para 23 mil para que o estádio não receba mais nenhum jogo importante, pois para isso é preciso, no mínimo, 30 mil lugares. Isso significa acabar com o querido e tradicional Pacaembu para poder, segundo diz o Secretário, fechar a conta.

É neste estágio que estamos: o Conpresp e o Condephaat apoiando esse pré-projeto do consórcio, que conta com a participação da empresa do ex-jogador Raí, que é, entre aspas, o seu principal garoto-propaganda.

Segundo o Conpresp, se tudo for feito de vidro e der visibilidade ao complexo esportivo, pode ser que seja possível fazer.

Sras. e Srs. Vereadores, população de São Paulo, atenção: estão vendendo a área do Pacaembu para a construção de hotel, de shopping, de restaurante etc. com a chancela do Conpresp e do Condephaat.

Isso é grave!

Isso é assunto para parar no Ministério Público. Isso não pode prosseguir do jeito que está, porque é muito danoso para a nossa Cidade.

Está feito o alerta, mas vou voltar mais tarde para dar mais detalhes.

Facebook Comments