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A FOLHA de hoje informa que a CAIXA, para ajudar a acelerar a construção do estádio em Itaquera, através de operação sigilosa, negociou debentures da Odebrecht, avaliadas em R$ 350 milhões, sem que garantias necessárias de pagamento fossem formalizadas.

Em verdade, foi um pouco mais: R$ 400 milhões, que funcionam como empréstimo.

Matéria de abril de 2015, do Blog do Paulinho, informa detalhes do acordo (datas de pagamentos, etc.), que a CAIXA negou-se a fornecer ao jornal.

O montante terá que ser quitado em 13 parcelas, que, sem a correção, atingiriam impagáveis R$ 30 milhões, cada, com início em 17 de novembro de 2018.

Apesar da operação ter sido realizada pela CAIXA com a ODEBRECHT, a obrigação, por contrato, de quitar a pendência é do Corinthians, que aceitou o acordo acreditando na venda dos “naming-rights” (que nunca aconteceu).

Uma dívida irresponsável que sobrará (pela data de início de pagamento) para o próximo gestor alvinegro.

A data de vencimento é 17 de dezembro de 2021.

A taxa de juros é bem acima das cobradas pelo mercado:

– 0,85% para as parcelas 01,02,03 e 04;

– 1,60% para as parcelas 05,06,07 e 08;

– 2,50% para as parcelas 09, 10, 11 e 12;

– parcela 13 paga pelo valor unitário (restante).

Outro “pulo do gato”, discriminado na ata, diz, textualmente:

“(…) retificar o valor do comissionamento devido à Odebrecht Participações e Investimentos S.A. (“OPI”) pelos trabalhos de estruturação da Emissão e pela prestação de garantia firme de subscrição das Debêntures, nos termos previstos no Segundo Aditamento;

(…) criação de Comissionamento Adicional: será devido pela Emissora à OPI uma remuneração adicional, a ser paga anualmente, em decorrência da manutenção das Debêntures pela OPI, a partir do ano de 2016 (inclusive) e até a Data de Vencimento, nos termos previstos no Segundo Aditamento.”

Além dos juros descritos, portanto, a ODEBRECHT aprovou um comissionamento extra (de valores não revelados) que começa a ser quitado no próximo ano, em negociação claramente lesiva ao Corinthians.

Vale lembrar que o clube foi representado, no negócio, pelo ex-presidente Andres Sanches, e a Odebrecht pelo executivo Alexandrino Alencar (preso na Operação Lava-Jato), sem oposição da diretoria, que sequer envia representantes, apenas aceita, e paga, o que é acordado entre os cotistas.

 

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