Há algumas semanas, após a demissão de Gustavo Vieira de Oliveira do cargo de Gerente de Futebol do São Paulo, comentamos que a decisão seria ótima para o filho de Sócrates (que não combina, moralmente, com o presidente Aidar), mas péssima para o Tricolor.
Bastaram alguns dias para a comprovação.
O novo gerente do São Paulo, José Eduardo Chimello, é absolutamente conhecido no submundo do esporte.
Pairam sobre o dirigente, enquanto capacho do ex-vice-presidente da CBF, Nabi Abi Chedid (era tratado como dedo-duro), diversas acusações de “ingerências” na arbitragem, desde coações e promessas de “ajudas” na carreira, até financeiras, para beneficio de “parceiros”.
À época, em entrevista a FOLHA, Chimello, sem constrangimento, declarou que para atuar no futebol tinha “que ser malandro”, e que estava “acostumado a fazer jogadas com árbitros”.
O novo diretor do São Paulo, no início dos anos 80, foi acusado, em investigação promovida pelo DOPS, de facilitar (como dirigente da FPF) a operação de uma quadrilha de cambistas que revendia ingressos obtidos junto a diretores da Federação.
Passou, inclusive, pelo constrangimento de acareação com um dos marginais.
Antes de morrer, o ex-árbitro Dulcídio Wanderley Boschilia entregou, publicamente, inclusive em entrevista ao Roda Viva, da TV Cultura, a maneira de agir de Chimello nos bastidores do futebol.
“Aqui jaz um dirigente, gerente de futebol vivo”
A frase acima, que não se tratava de elogio, segundo Dulcídio, em declaração ao programa da TV Cultura, deveria ser escrita na lápide de Chimello, que, antes, havia sugerido para a do ex-árbitro: “Aqui jaz um juíz honesto.”.
Levando-se em consideração as referências nada recomendáveis do dirigente, além da proximidade histórica com Aidar (com quem trabalhou, no Tricolor, nos anos 80) – cada vez mais desabonadora, sua colocação no departamento mais importante, e lucrativo, do Tricolor, é passível, por razões óbvias, de preocupação.