Em ação movida pelo Banco SAFRA para cobrar R$ 5,4 milhões de familiares do ex-presidente do Corinthians, Andres Sanches (ingresso no processo como “interessado”), oriundos de golpe financeiro praticado por empresa de “fachada” ligada ao grupo, passou despercebido, na lide, a indicação do nome de Washington Dias.
Em ação de cobrança, Banco SAFRA trata família de Andres Sanches (PT) como “organização criminosa”
Trata-se de sócio do ex-dirigente alvinegro na empresa Polygrain Polimeros do Brasil.
Dias ficou “famoso” ao protagonizar, como “laranja”, ao lado de Beto Rappa, ex-dirigente do Paulista de Jundiaí, um negócio da China (ou da Russia), em que investidores (todos ligados a Sanches) fizeram fortuna na negociação do atleta Jucilei.
Em resumo, o Timão vendeu o jogador para o Anzhi por R$ 22,9 milhões, e, por possuir 50% dos direitos teria que receber R$ 11,4 milhões.
Mas não recebeu.
Andres Sanches alegou que Beto Rappa (com Washington Dias, sócio do então mandatário alvinegro) teria emprestado o montante ao Timão na aquisição de Jucilei, e que, diferentemente do que havia sido divulgado, o percentual do Corinthians era menor.
De R$ 11,4 milhões, o alvinegro levou apenas R$ 2,9 milhões.
Enquanto isso, os ‘parceiros’ de Andres, que gastaram (gastaram?) R$ 2 milhões, multiplicaram o montante para R$ 6,8 milhões.
Foi pago, também, da parte do Corinthians (ou seja, tudo), um milhão de Euros ao empresário Giuliano Bertolucci, que trabalha com Kia Joorabchian, também ligado ao agora Deputado Federal pelo PT.
À época, questionado, oficialmente, pelo conselheiro Marcos Ribeiro Caldeirinha, Andres saiu pela tangente, disse não ter nada a ver com Washington Dias, negando-se a apresentar as documentações, sob desculpa da famosa clausula de confidencialidade.
Agora, sem nada a ver com futebol, o processo do SAFRA demonstra que a ligação entre o “laranja” da família Sanches e o negócio realizado com a venda de Jucilei, altamente lesiva aos cofres do Corinthians, sempre foram mais do que meras coincidências.
EM TEMPO: à época, interpelado pelo jornalista Gilberto Nascimento (Rede Record), o presidente do Corinthians/PR (clube que negociou Jucilei ao Timão), J. Malucelli, disse, diferentemente do que afirmou Andres Sanches, que recebeu os R$ 2 milhões dos caixas alvinegros, não de Beto Rappa.
Além disso, Raul Corrêa da Silva, diretor financeiro no período, respondeu, interpelado pelo associado Ciborg, desconhecer a maneira que o negócio foi efetuado.
Soube-se, porém, que, em procedimento semelhante ao “Caso Jô” (também com envolvimento de Joorabchian), o dinheiro de Beto Rappa, para ‘branquear” a situação, somente circulou após efetivada a transação do jogador ao Exterior (não antes, como veículado).