É praxe entre os militantes petistas, seja os que realmente acreditam nas mentiras do partido ou mesmo os “blogs sujos”, remunerados para defender o Governo, tratar os que falam a verdade sobre o ex-presidente Lula como “reaças”, “golpistas”, “facistas” entre outros adjetivos.
Ontem, porém, descobriu-se que o ex-presidente do Uruguai, José Mujica, revelou em seu livro “Una Oveja Negra al Poder”, que o “Deus” do PT não apenas tinha conhecimento dos crimes cometidos no Mensalão, como também justificou-os, como necessários para garantir a governabilidade.
Por razões obvias, um escândalo.
Mas, para piorar ainda mais a situação do PT neste episódio, os militantes do partido, que sempre endeusaram Mujica, não conseguem argumentos para desmenti-lo.
Dizer que o uruguaio é da direita conservadora, ou da mídia golpista, talvez um agente da CIA, depois de anos a fio de rasgados elogios às suas condutas, não apenas na gestão do Governo local, mas também como ser humano, soaria absolutamente inverossímil, quase um tiro no pé.
Outro fator que desestabiliza qualquer tentativa de rebater o que está escrito na obra, é que o tom de Mujica ao tratar sobre a confissão de Lula (mesmo em meio ao ilícito) não é de crítica, mas sim de defesa, o que fortalece a veracidade do depoimento.
Mesmo sem perceber, Mujica, acreditando estar exaltando o ‘companheiro” petista, tratou de colocá-lo, novamente, no centro da fogueira, alimentada por escândalos, intermináveis, de um Governo cada vez mais moribundo.