doriva

Muito tem se falado sobre a diferença de postura administrativa (evidente) após a queda de Roberto Dinamite e o retorno de Eurico Miranda ao Vasco da Gama.

Certamente, ambos não são santos.

Mas é indubitável que, diferentemente de Dinamite, que é ex-ídolo do clube, mas de coração botafoguense, Miranda respira Vasco e, de fato, entende de futebol.

Comprovou ao introduzir na cabeça de jogadores profissionais (hoje alienados do espírito de equipe por um sistema cada vez mais dinheirista) o espírito amador dos anos 70, 80, quando, mesmo recebendo bons salários, atletas ainda davam a importância necessária ao clube que lhes pagava.

Os gritos de guerra do “Casaca”, entoados pelo dirigente, que transformava o vestiário do clube numa espécie de encontro de torcedores (na verdade, atletas e comissão técnica) contribuíram, significativamente, para aproximar a todos e empolgar os jogadores.

Porém, nenhum acerto de Eurico foi maior do que a contratação do treinador Doriva, profissional de mão cheia, com preço (se tanto), 1/5 do que é pago, por exemplo, pelo Flamengo a um “profissional” colecionador de fracassos, nos últimos anos, envolto sempre em problemas criminais (condenado por falsidade ideológica) e com fama de roubar os clubes que infelicita.

Doriva foi Campeão Paulista em 2014 com um Ituano absolutamente inferior, em elenco, aos grandes de São Paulo (atropelou a todos), num trabalho admirável não apenas pelo que se viu dentro das quatro linhas, mas, interessantíssimo, nos bastidores.

Em conversa com gente ligada à diretoria da equipe interiorana, soubemos que o treinador é estudioso de futebol, entende e trabalha, sem constranger, a deficiência dos jogadores, é disciplinado e disciplinador (no limite do aceitável) além de sempre exigir o máximo da equipe, seja em treinamentos, amistosos ou nos campeonatos disputados.

Foi assim também no Vasco, em que herdou um grupo de atletas de razoável nível, com algumas contratações interessantes, mas com previsão de acerto, gradativo, para anos posteriores.

Tudo isso foi abreviado pela excelência do trabalho do treinador, que montou uma equipe vibrante, sabedora de suas deficiências, e, por isso, inteligente ao oculta-las no gramado, enquanto utilizava as virtudes com absoluta correção.

O Vasco da Gama que Dinamite explodiu, com humildade, juntou seus cacos, demonstrou aos sobreviventes a sua grandeza e, daqui por diante, tem tudo para restabelecer o respeito e protagonismo que sempre exerceu no futebol brasileiro.

De Eurico Miranda cobraremos, sempre, dignidade e honestidade na condução da administração do clube (será denunciado, assim como ocorreu com Roberto, se não agir assim), também nas tomadas de posições em acordos com Federações e Confederações, mas, por enquanto, é inegável a diferença de postura, à favor do Vasco da Gama, internamente, principalmente no que diz respeito à gestão do futebol.

Facebook Comments
Advertisements