jacozinho

Por JOSÉ RENATO SATIRO SANTIAGO

Sergipano da pequena cidade de Gararu, Givaldo Santos Vasconcelos fez história no futebol brasileiro.

Afinal quem pode afirmar que após substituir Falcão, recebeu um passe de Maradona, driblou o goleiro e marcou um gol no Maracanã.

Pois é… este tal Givaldo, ficou para a história com o nome de Jacozinho.

Ponta esquerda muito rápido e com grande habilidade começou no futebol defendendo o Vasco de Aracaju.

Após disputar o campeonato brasileiro pelo Sergipe, foi contratado para atuar no CSA de Alagoas.

Foi tetracampeão estadual com a equipe alagoana em 1980, 1981, 1982 e 1984, e vice-campeão brasileiro da segunda divisão em 1980, 1982 e 1983.

Virou ídolo e passou a ganhar nome nacionalmente graças às reportagens divertidas do repórter Marcio Canuto para o Globo Esporte.

Era sempre muito divertido acompanhar as histórias do folclórico Jacozinho.

Dentro de campo, jogadas mirabolantes, fora dele, “causos” como o do seu carro, um fusca apelidado de Maestro pelo fato de ter um “conserto” em cada esquina.

Até mesmo o técnico da seleção brasileira, Evaristo de Macedo, chegou a ser questionado sobre uma eventual convocação.

Mas algo ainda mais marcante aconteceria em 12 de julho de 1985.

Após cerca de dois anos na Itália, onde jogou na Udinese, Zico retornaria para o Flamengo em um amistoso frente a uma seleção de seus amigos.

Apesar de sequer conhecer o Galinho, Jacozinho acabou arrumando uma vaga no banco de reservas do selecionado comandado pelo técnico Telê Santana.

O Flamengo já vencia por 3 a 0, quando foi levantada a placa, com o número 13, que indicava a entrada de Jacozinho no lugar de Falcão.

O mais inusitado ainda estaria por vir.

Pouco minutos depois, Maradona dominou a bola no meio do campo e lançou Jacozinho, que passou por trás da zaga rubro negra, deu um “drible da vaca” no goleiro Cantarelli e tocou a bola para o gol vazio.

Um golaço comemorado por toda a torcida, inclusive a do Flamengo, talvez a primeira vez (e única) por um gol sofrido.

No dia seguinte, por mais paradoxal que possa ser o retorno de Zico foi deixado em segundo plano. As manchetes eram todas para Jacozinho.

Procurado pelo América do Rio de Janeiro, acabou contratado pelo Santa Cruz.

Campeão pernambucano em 1986, voltou para o CSA em 1987.

De lá continuou sua carreira por dezenas de equipes de pequeno porte.

Viveu com esplendor seu auge, sem pensar no futuro.

Um dos mais claros exemplos do que acontece com grande parte dos jogadores de nosso futebol.

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