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Sem ter como explicar de maneira convincente o atraso nas obras do “Fielzão”, o Corinthians, pressionado também pela Odebrecht, decidiu emitir Nota Oficial repassando o problema para a Prefeitura de São Paulo.

O discurso de culpar o atraso na liberação dos CIDs (R$ 420 milhões – apesar de mais de R$ 400 milhões já terem sido adiantados) é da construtora.

Não há razões para o clube se preocupar, nem se meter no assunto, já que a empresa aceitou receber os papéis da Prefeitura em troca de amortização do pagamento do estádio.

Ou seja, no papel, o Corinthians vendeu os títulos por R$ 420 milhões, cabendo a quem comprou se virar para recebê-los da melhor maneira possível.

Porém, a situação política, absolutamente desfavorável, ocasionou desespero na Odebrecht, que não está conseguindo interessados no mercado (em situação normal as empresas já comprariam os papéis com grande deságio), que temem fazer negócios com a construtora, apontada como uma das principais investigadas pela “Operação Lava-Jato”.

Todos fogem, por razões óbvias, de problemas futuros.

O desejo da empresa, expressado no comunicado, inadequadamente publicado pelo Corinthians, é de que a Prefeitura garanta, com um Projeto de Lei (à margem da Lei), o pagamento dos R$ 420 milhões de maneira integral, “se não houver interessados em comprar os papéis”.

Em tese, salvar a construtora do prejuízo evidente.

Fernando Haddad (PT) que não é dos mais populares Prefeitos do Brasil, por razões óbvias, pulou fora, sabedor que qualquer ato de facilitação a uma construtora envolvida na “Lava Jato” sepultaria, de uma vez por todas, sua carreira política.

Além disso, outra investigação está em curso, no Ministério Público de São Paulo, questionando o procedimento adotado pela Prefeitura (na gestão anterior) para fornecer os referidos benefícios à Odebrecht.

O Corinthians, com tantos problemas internos para solucionar (inclusive o atraso nas obras do estádio), não pode se meter numa questão que não mais lhe pertence (os CIDs já amortizaram parte da pendência com a construtora, que deve se virar para negociá-los), querendo dar uma solução política a uma questão que, por razões óbvias, pelo menos para o clube, já está resolvida no âmbito privado.

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