Rachel

Assim como todos os jornalistas de relevância, Rachel Sheherazade, corajosa e necessária profissional do SBT, as vezes passa dos limites em momentos de indignação.

Porém, acerta muito mais do que erra.

No episódio da revolta popular contra um marginal, a jornalista, de fato, se excedeu, embora, na essência de seu raciocínio, não o demonstrado, mas o que ficou implícito, muito do que pensou está alinhado com o desejo de grande parte da população.

Não estou falando, evidentemente, das cenas de violência, mas sim da ânsia popular de lutar contra a impunidade, e de ver bandidos, como o que apanhou, equivocadamente, da população, efetivamente punidos pelo sistema.

Se o delinquente merecia apanhar ?

Para muitos, merecia.

Mas, num estado de direito, nem sempre o que desejamos ou achamos correto, deve ser necessariamente aplicado.

As leis, mesmo  que ineficientes, demarcam os limites da comunicação de um jornalista com seu público, uma linha tênue, que, por vezes, leva até bons profissionais como Sheherazade, que possui a indignação necessária ao exercício correto de seu ofício, a escorregar.

Rachel merece críticas, até duras, pelo exagero de opinião, mas não o linchamento que vem recebendo, também covarde, de muitos colegas de profissão que a invejam pela coragem, que jamais possuirão, de errar, acertar, mas nunca se omitir.

No entanto, é muito mais digna de elogios, pelo conjunto da obra, admirável, sempre posicionando-se com firmeza, desprovida de máscaras e temor, em contribuição jornalística bem mais relevante dos que, às sombras, procuram atacá-la nos tropeços.

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